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Estudo sugere que governo invista em centros regionais
GUSTAVO HENNEMANN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Cidades de porte médio são
consideradas estratégicas para
o desenvolvimento econômico
e social do Brasil em um estudo
encomendado pelo Ministério
do Planejamento, Orçamento e
Gestão. Os resultados parciais
do levantamento foram usados
na formulação do PPA (Plano
Plurianual) 2008-2011.
O estudo sugere um modelo
de regionalização que indica 22
subpólos nos quais o Estado deve concentrar investimentos
nos próximos 20 anos para fortalecer a interiorização.
Desses subpólos, 17 têm entre 100 mil e 500 mil habitantes. As demais são menores, já
que, na região Norte, poucos
centros regionais têm mais de
50 mil habitantes.
De acordo com o Ministério
do Planejamento, o estudo já
foi utilizado pela Embrapa
(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para definir
onde serão implantados três
centros tecnológicos. Mato
Grosso, Tocantins e Maranhão
devem ganhar novas unidades.
Para o secretário de Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento, Afonso Oliveira de Almeida, as cidades médias devem concentrar investimentos
porque têm o papel de oferecer
serviços públicos e privados
que não conseguem operar em
cidades pequenas.
Almeida também entende
que há um "ponto ótimo" para
o crescimento urbano do qual
as cidades médias se aproximam.
Ainda segundo ele, nas cidades grandes, "há problemas gerados pelo crescimento exacerbado, que produz "deseconomias" de aglomeração". A expressão refere-se a problemas
econômicos e sociais complexos que dificultam a gestão de
políticas públicas.
O trabalho encomendado pelo ministério demorou um ano
para ficar pronto. Ele foi coordenado pelo CGEE (Centro de
Gestão e Estudos Estratégicos)
e elaborado pelo Cedeplar, ligado à UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
O professor Clélio Campolina Diniz, que coordenou o trabalho do Cedeplar, considera
que as cidades médias têm dois
papéis: frear a concentração
exagerada das "megacidades" e
funcionar como novos centros
de serviços que suportem a rede de produção de sua região.
"Por exemplo, na fronteira
agrícola, é preciso ter cidades
que sejam centros de comercialização, que ofereçam insumos
e uma rede de serviços educacionais e de saúde", afirma.
Segundo ele, a proposta é baseada na experiência francesa,
que fomentou as chamadas
metrópoles de equilíbrio para
frear o crescimento de Paris.
GUSTAVO HENNEMANN
participou da 45ª turma do
programa de treinamento da
Folha, que foi patrocinada pela
Philip Morris Brasil e pela
Odebrecht
NA INTERNET - Veja a lista dos 17
subpólos que, segundo o estudo, devem receber investimentos do governo
www.folha.com.br/081851
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