São Paulo, domingo, 05 de julho de 2009 |
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RECUPERAÇÃO PODE SE FIRMAR EM 2010 BRASIL Os dados de emprego e renda pioraram em maio, mas aparentemente a pior fase das demissões na indústria ficou para trás. A produção do setor no país cresceu 1,3% em maio em relação a abril. Em abril, já havia crescido 1,2% ante março. O mercado interno começa a se recuperar e, com a inflação sob controle e os juros em queda, a expectativa é de mais demanda no médio prazo. A taxa básica de juros e os "spreads" (diferença entre a taxa que bancos pagam para captar dinheiro e a que repassam a clientes) para pessoa física estão nos menores patamares da história. ESTADOS UNIDOS O total de 476 mil demissões em junho (145 mil acima do esperado) jogou uma enorme dúvida sobre a possibilidade de os EUA saírem nos próximos meses da atual recessão, que já dura 18 meses. Mais de 6,5 milhões de empregos foram perdidos nesse ciclo de baixa. Hoje, o único "motor" mais ativo na economia dos Estados Unidos são os gastos públicos. Com as famílias endividadas e o crédito restrito, será difícil o PIB dos EUA voltar a crescer logo, já que ele depende em 70% do consumo. O preço dos imóveis, setor no epicentro da crise, ainda não se estabilizou. ZONA DO EURO Os pedidos ao setor industrial na região estão mais fracos até do que nos EUA, e os países que têm o euro como moeda ostentam, em média, uma taxa de desemprego de 9,5% -idêntica à norte-americana. Há grandes disparidades entre os países da região, mas, diferentemente de outros ciclos de recessão e por causa do euro em comum, eles não têm mais a opção de desvalorizar suas moedas para incentivar o setor exportador. Entre os mais afetados estão Espanha, Itália, Irlanda e Alemanha, esta última principalmente pela forte queda nas exportações. EUROPA EMERGENTE Vários países da Europa emergente foram obrigados a recorrer a empréstimos do Fundo Monetário Internacional para se manter à tona nos últimos meses. Mas, nas últimas semanas, a volta do apetite por risco entre investidores internacionais levou a um aumento nos fluxos de dólares para essas economias. No geral, esses países seguem um pouco frágeis e endividados como resultado de empréstimos tomados antes da crise para investimentos produtivos e imobiliários. Mas, como os demais emergentes, a indústria começa a ganhar novo impulso. CHINA A economia chinesa começa a mostrar sinais de renovado vigor e de sucesso do plano de estímulo fiscal de US$ 586 bilhões colocado em prática pelo governo há alguns meses. A implementação do pacote fez com que os investimentos no país em maio fechassem em um patamar 46% superior ao registrado no mesmo mês de 2008. Emprego, salários e produção também estão em alta, refletindo um aumento de 17% no consumo em maio em relação ao mesmo mês do ano passado. O crédito bancário também cresce na China, com alta de 29,8% nos últimos 12 meses. JAPÃO A produção industrial dá sinais de novo vigor, amparada pelo ciclo de reposição de estoques e pelo aumento da demanda de vizinhos asiáticos por produtos japoneses. A grande dúvida no país continua sendo o desempenho da demanda doméstica, que poderia sustentar um ciclo mais positivo caso aumentasse. Mas a expectativa é que os investimentos corporativos e o mercado de trabalho continuem fracos, podendo comprometer uma recuperação mais firme. Os preços no mercado de imóveis, que chegaram a ensaiar recuperação, voltaram a cair. Texto Anterior: Emergentes já ensaiam "descolamento" da crise Próximo Texto: Celular com TV vira "hit" na baixa renda Índice |
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