São Paulo, domingo, 5 de julho de 1998

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PAINEL S/A


Na mesma toada
Para o consultor Raul Velloso, não há surpresa em o governo federal cumprir o Orçamento sem nenhum corte. "Se ele não cortou nos últimos três anos, por que cortaria justo neste ano?".

Caixa alto
A arrecadação federal (mais de R$ 90 bilhões de receita líquida no ano) permite ao governo aumentar os gastos públicos. "Ele tem a garantia do superávit primário (receitas menos despesas, excluindo os juros)", diz Velloso, que completa: "O problema está em 99. Não em 98".

O buraco é...
Levantamento feito pelo IBGE em seis Estados brasileiros apontou crescimento da PEA (População Economicamente Ativa) de 12,66% durante os quatro anos do Plano Real. No mesmo período, o desemprego cresceu 57,7% nessas regiões.

...mais embaixo
Para analistas, a PEA está crescendo por dois motivos: 1) como o chefe de família perdeu o emprego, a mulher e os filhos são obrigados a entrar no mercado de trabalho; e 2) a renda está caindo.

Guerra de índices
Depois da decisão do STJ, favorável ao governo, a discussão na Justiça sobre o índice de correção dos cruzados pode tomar um novo rumo: o voto do relator Marco Aurélio de Mello, do STF, deve ser pela correção pelo IPC e não pelo BTNf, como quer o governo. O STF aprecia a questão em agosto.

Fosso dos juros
O juro no over, comandado pelo BC, está em 20,5%. A taxa prefixada de um ano, controlada pelas expectativas, está em torno de 28% -esta última é a que serve de referência para o custo do crédito do setor privado.

Ladeira abaixo
Por conta das incertezas, as aplicações estão se concentrando no curto prazo. Alguns analistas já trabalham com a possibilidade de o BC puxar o juro do over ainda mais para baixo. Projeta-se até 18% ao ano depois de novembro.

Olho gordo
O IFC, braço financeiro para o setor privado do Banco Mundial, está interessado em investir no setor de saúde no Brasil. Neste mês, promove reunião em Washington com empresas brasileiras, como o laboratório Fleury e o Hospital Albert Einstein, e estrangeiras.


Dois pesos
A indústria de bens de capital deve fechar o ano com crescimento de 1,5%, enquanto a indústria de bens de consumo vai experimentar queda de 4,8%, nas projeções da MB Associados. O pior comportamento será dos duráveis, com retração de 13%.

Nova locomotiva
"Não se dizia que o crescimento seria sustentado pelos investimentos e não pelo consumo? É isso que está acontecendo", diz Tereza Fernandez, da MB Associados, que projeta crescimento do PIB de 1,5% para este ano, com a indústria caindo 1%.

Em expansão
Os atrasos, que representaram 0,8% das carteiras de crédito dos bancos no final de 97, bateram em 1,4% no primeiro trimestre de 98, segundo a Austin Asis.

A primeira crise
Segundo a Austin Asis, nos balanços de final de ano os atrasos só chegaram a 1% da carteira em 1995 -quando, por conta da crise mexicana, o BC foi obrigado a subir o juro e frear o crédito.

Ganhando espaço
De 1993 a 1997, as receitas obtidas pelos bancos com as operações de crédito passaram de 12,1% para 45,7% das receitas totais, segundo a EF&C (Engenheiros Financeiros & Consultores). Em valores absolutos, subiram de US$ 10,4 bilhões para US$ 39,4 bilhões.

Freio puxado
Neste ano, acredita Carlos Coradi, da EF&C, a fatia do crédito no bolo total deve ficar inalterada ou até cair. Os culpados são os juros altos e a forte inadimplência.

Teste na serra
Até o dia 2 de agosto, o estande da Fiat Automóveis, em Campos do Jordão, terá um simulador de direção e de funcionamento do air bag. Os modelos Fiat Marea e Marea Weekend também estarão à disposição para um test drive.

E-mail: painelsa@uol.com.br



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