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IMÓVEIS
Muitas instituições vão continuar oferecendo alternativa do PCR, que mudou conceito de equivalência salarial
Bancos começam a se adaptar ao novo SFH
da Redação
O PCR (Plano de Comprometimento de Renda), que modificou
o conceito de equivalência salarial
a partir de 1993, deverá sobreviver
no novo SFH. Pelo menos é o que
indicam dois bancos atuantes no
setor: Bradesco e BankBoston.
Não é estranho, entretanto, que
isso aconteça. O PCR foi um sistema defendido no início desta década pelos próprios agentes financeiros, com base na experiência
mexicana. Acabou virando lei.
É mais vantajoso do ponto de
vista do mutuário, embora não
proteja tanto quanto o antigo
PES-CP, responsável por sérias
distorções no sistema de crédito
imobiliário e por enorme prejuízo
para os cofres públicos.
Os bancos ainda estudam as mudanças, mas o Bradesco, por
exemplo, informa que na faixa
com juros de 12% ao ano (mais
TR) manterá o PCR. Outra regra é
opcional. No SFH, o empréstimo é
limitado a R$ 90 mil, e o valor do
imóvel, a R$ 180 mil.
O banco vai financiar até 12
anos, exigindo comprometimento
inicial de renda de 25% nos empréstimos até R$ 26 mil, e 10%
abaixo desse valor.
Até mesmo em sua carteira hipotecária o plano é o PCR, podendo ser outro por solicitação do
mutuário. Aqui o imóvel pode valer mais de R$ 180 mil, e os juros
são de 14% ao ano.
O BankBoston também não vai
descartar o PCR para quem possui
emprego com carteira assinada,
tendo como comprovar renda,
adianta Fábio Nogueira, diretor.
O problema do PCR, diz ele, é
que exige sempre a comprovação
da renda. Com isso, exclui profissionais autônomos ou trabalhadores da economia informal.
O diretor do BankBoston não vê
tanto problema no fato de alguém
fazer um financiamento sem a
proteção dos 30% do PCR.
"Vamos negociar sempre. Se o
banco for inflexível, só cria problemas. Um bom acordo é melhor
que uma boa briga", afirma.
Na opinião dele, a flexibilização
do SFH coincide com uma nova
fase do sistema bancário. A competição está aí e o crédito imobiliário, segundo ele, passa a ser um
dos instrumentos para que o cliente seja fiel ao banco.
No BankBoston, diz, a inadimplência no crédito imobiliário é
quase nula e eventual renegociação não tem dado dor de cabeça.
Nos financiamentos diretos de
construtoras e incorporadoras as
regras de contrato sempre foram
livres e a inadimplência não é grave, afirma João Cesar Botelho de
Miranda, empresário do setor e
diretor do Secovi-SP.
A inadimplência média é de
1,5% e não chega a 3%, afirma Miranda, atribuindo esse fato à proximidade cliente-empresa. Quando há dificuldade, diz ele, uma repactuação resolve o impasse.
(GABRIEL J. DE CARVALHO)
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