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FASE DOIS
Órgão sugere medidas como a discutida no setor automotivo para estimular economia; aposentado pode ter financiamento
Conselho quer ampliar acordos setoriais
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social -órgão
consultivo do governo- propõe
ampliar o modelo de incentivo a
ser concedido à indústria automobilística para outros setores e
aumentar o limite de endividamento de Estados e municípios,
além da abertura de linhas de financiamento especiais para aposentados, como forma de estimular a economia ainda neste ano.
Os empréstimos seriam descontados no pagamento dos benefícios da Previdência, conforme sugestão apresentada por trabalhadores. Os conselheiros querem
que acordos setoriais nos moldes
discutidos para escoar a venda de
automóveis e evitar demissões
nas montadoras possam aquecer
o consumo de outros produtos e
aumentar o emprego em outros
setores da economia.
Governo e montadoras discutem, entre outras medidas, a redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e mecanismos para baratear o financiamento de carros, com a manutenção de empregos no setor.
As propostas serão apresentadas nos próximos dias ao ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), de quem partiu a encomenda
de medidas para fazer a economia
crescer já. Grupos de conselheiros
fizeram duas reuniões, em São
Paulo e no Rio, e o resultado será
debatido em encontro inicialmente marcado para o dia 14 e depois transferido para o dia 21.
"Eu, pessoalmente, assinaria
embaixo, mas, como membro do
governo, assumirei a posição do
governo", disse o ministro Tarso
Genro, secretário-executivo do
conselho. Ele afirmou que levará a
Palocci de 10 a 12 sugestões que
obtiveram apoio da maioria dos
conselheiros. A triagem é feita por
uma equipe técnica.
Entre as sugestões, segundo a
Folha apurou, estará a proposta
de mudar o limite de endividamento de Estados e municípios
como forma de estimular investimentos públicos. Atualmente, os
financiamentos não podem ultrapassar determinado percentual
da receita dos governos estaduais
e prefeituras.
Juros
Os conselheiros também defendem medidas que abram caminho para a redução dos juros cobrados pelos bancos, na mesma
linha da redução do empréstimo
compulsório, em estudo pelo
Banco Central. Tarso Genro acredita que medidas emergenciais de
combate ao desemprego e estimulo à economia, em estudo no
governo, vão ser anunciadas assim que estiverem maduras. Isso
significa que algumas propostas
do conselho podem ficar superadas até o dia 21.
Classe média
Genro disse que o próprio ministro Palocci poderá submeter
aos conselheiros algumas sugestões de sua equipe. Entre as propostas em estudo no Ministério
da Fazenda está substituir incentivos fiscais concedidos à classe
média -via dedução de gastos
com saúde e educação na base de
cálculo do Imposto de Renda-
por estímulos à atividade empresarial. O Ministério da Fazenda,
por meio de sua assessoria, não
confirma se a medida chegará a
ser formalizada por Palocci neste
mês.
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