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São Paulo, terça-feira, 05 de agosto de 2003

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ESTRUTURA

Banco esperava garantias

BNDES libera R$ 600 mi para construir navios

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A Transpetro, subsidiária da Petrobras, vai encomendar quatro navios gigantes ao estaleiro Eisa, do Rio de Janeiro, com financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O financiamento estava aprovado desde o ano passado, mas o banco estatal estava aguardando as garantias do estaleiro para liberar o empréstimo, o que ocorreu ontem. O valor do empréstimo pode chegar a US$ 219,6 milhões (cerca de R$ 675 milhões), ou 90% do valor total dos navios, de US$ 244 milhões.
O banco estatal vai liberar o dinheiro para o estaleiro Eisa ao longo das obras, devendo a Transpetro assumir os financiamentos quando receber os navios. A assinatura do contrato vinha sendo retardada por divergências entre o banco e o Eisa a respeito das garantias exigidas para a liberação do dinheiro.

Recursos
Os recursos são do FMM (Fundo de Marinha Mercante), formado pela cobrança de um adicional sobre os fretes marítimos e gerido pelo BNDES.
O BNDES vinha exigindo que o garantidor da operação fosse diretamente o estaleiro Jurong, de Cingapura, associado ao Eisa. O banco não aceitou que a garantia fosse dada por uma subsidiária do grupo asiático.
As negociações das garantias com a atual direção do BNDES, envolvendo também uma dívida de aproximadamente US$ 20 milhões do Eisa com o banco, vinham se arrastando desde março deste ano. Na época, o Eisa informou que tinha se associado ao Jurong e que poderia finalmente resolver o problema, pendente desde o ano passado.
O BNDES informou que a exigência foi atendida, permitindo que a ratificação do empréstimo fosse colocada na pauta da reunião da diretoria do banco que terminou na noite de ontem. Os navios serão dois petroleiros de 150 mil toneladas de porte bruto e dois de 70 mil. De acordo com o secretário estadual de Energia do Rio, Wagner Victer, sua construção deve gerar 3.000 empregos diretos.
O BNDES já havia aprovado neste ano financiamentos para outros 14 navios, todos destinados a operações de apoio à exploração e produção de petróleo no mar, no valor total de US$ 155,2 milhões (cerca de R$ 476 milhões).
Quando assumiu a presidência do BNDES, o economista Carlos Lessa disse que uma das suas prioridades seria recuperar a indústria naval do país, que no início dos anos 80 chegou a ser a segunda maior do mundo em volume de encomendas.
A Petrobras, historicamente o maior cliente dos estaleiros nacionais, pretende encomendar outros quatro navios semelhantes aos quatro que estão sendo aprovados. Segundo a direção da empresa, a licitação para a escolha do estaleiro será iniciada assim que for assinado o contrato dos quatro primeiros.


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