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Para analistas, compulsório menor
pode injetar R$ 50 bi na economia
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma redução de 20 pontos percentuais no recolhimento compulsório dos bancos pode elevar
em cerca de R$ 50 bilhões os recursos disponíveis para financiamento no país. Atualmente, o
Banco Central retém 68% dos depósitos à vista dos bancos. Nessa
conta, o compulsório cairia para
48%, como prevê o mercado.
Esse dinheiro extra, porém, não
será suficiente para aumentar a
procura por crédito e, assim, movimentar a economia, na análise
de economistas consultados.
A demanda por financiamento
pode crescer, dizem, se a redução
do compulsório dos bancos vier
acompanhada da queda nas taxas
de juros para os consumidores.
Depende também da confiança
do consumidor no futuro e da decisão dos bancos de emprestar o
dinheiro. Vale a pena financiar o
consumidor e as empresas ou investir em títulos públicos, já que
as taxas de juros estão elevadas?
Fernando Sarti, economista da
Unicamp, diz que "a redução do
compulsório dos bancos é uma
atitude desesperadora do governo para evitar o aprofundamento
da crise. Do jeito que está a renda,
o efeito deve ser pequeno".
"Não é a redução do compulsório que fará aumentar a procura
por empréstimos. A demanda depende da confiança do consumidor, dos juros, da renda e da inadimplência", afirma Roberto Padovani, economista.
Para Fábio Pina, economista da
Fecomercio, se o consumidor não
tem dinheiro ou está desempregado, não adiantam juros baixos.
"O governo precisa criar condições para aumentar os investimentos."
Por enquanto, os empresários
estão desanimados. "Eles só voltarão a investir se o custo do dinheiro diminuir", afirma Julio
Gomes de Almeida, diretor do Iedi (Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial).
A redução do compulsório dos
bancos pode desamarrar a economia, na análise de Alberto Borges
Matias, sócio da ABM Consulting.
"Ninguém sabe o que os bancos
farão com esse dinheiro. Eles poderão usar uma parte para investir em títulos públicos", diz.
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