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São Paulo, terça-feira, 05 de agosto de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Todos contratos subiram na BM&F; negócio com papel de cupom cambial chega a ser paralisado

Juro futuro sobe em dia de nervosismo

DA REPORTAGEM LOCAL

Os juros futuros não escaparam do nervosismo que atingiu o mercado. As taxas de todos contratos de juros negociados na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) fecharam ontem em alta.
Apesar da elevação das taxas, o mercado ainda trabalha com a expectativa de redução dos juros nos próximos meses. O que mudou foi a perspectiva em relação à intensidade dos cortes que se espera que o Copom (Comitê de Política Monetária) venha a fazer.
No contrato DI -que considera as taxas praticadas nas operações entre bancos- de prazo mais curto, os juros fecharam ontem em 23,90% anuais. Na sexta, esse contrato fechou com taxa de 23,85%. A taxa básica (Selic) está atualmente em 24,5% ao ano.
Os contratos de prazo mais longos sofreram ajustes mais expressivos, mostrando o crescente pessimismo do mercado com o futuro desempenho da economia do país. No contrato de maior negociação, com prazo em abril, a taxa pulou de 21,79% para 23,24% ao ano. No vencimento de janeiro, os juros foram de 22,22% para 23,14% ao ano.
O número de contratos DI negociados na BM&F cresceu 52% ontem, chegando a 355 mil.
Após o Copom reduzir a Selic de 26% para 24,5% no mês passado, o mercado passou a apostar em cortes mais fortes nos juros até o fim do ano. Grande parte das instituições financeiras projetava, até o fim da semana passada, que a taxa básica estaria próxima dos 20% no fim do ano.
Com o nervosismo do dia, houve negócios com alguns contratos de FRA -Forward Rate Agreement, que melhor mede o cupom cambial- que ficaram paralisados por até duas horas na BM&F.
Isso aconteceu porque as taxas dos contratos atingiram um limite máximo. Quando isso ocorre, um sistema chamado de "circuit breaker" pára automaticamente os negócios, a fim de evitar que as taxas continuem a escalada.
Ontem o FRA mais negociado, com prazo em janeiro, um dos que tiveram seus negócios paralisados por algum tempo, fechou com taxa de 5,11% ante 4,17% do fechamento de sexta.
No segundo semestre do ano passado, os contratos de FRA sofreram forte pressão, por servirem de referência para a rolagem do "swap" cambial do governo. O FRA chegou a ter taxa superior a 50% um pouco antes das eleições de outubro. (FABRICIO VIEIRA)


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