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MERCADO FINANCEIRO
Todos contratos subiram na BM&F; negócio com papel de cupom cambial chega a ser paralisado
Juro futuro sobe em dia de nervosismo
DA REPORTAGEM LOCAL
Os juros futuros não escaparam
do nervosismo que atingiu o mercado. As taxas de todos contratos
de juros negociados na BM&F
(Bolsa de Mercadorias & Futuros) fecharam ontem em alta.
Apesar da elevação das taxas, o
mercado ainda trabalha com a expectativa de redução dos juros
nos próximos meses. O que mudou foi a perspectiva em relação à
intensidade dos cortes que se espera que o Copom (Comitê de
Política Monetária) venha a fazer.
No contrato DI -que considera as taxas praticadas nas operações entre bancos- de prazo
mais curto, os juros fecharam ontem em 23,90% anuais. Na sexta,
esse contrato fechou com taxa de
23,85%. A taxa básica (Selic) está
atualmente em 24,5% ao ano.
Os contratos de prazo mais longos sofreram ajustes mais expressivos, mostrando o crescente pessimismo do mercado com o futuro desempenho da economia do
país. No contrato de maior negociação, com prazo em abril, a taxa
pulou de 21,79% para 23,24% ao
ano. No vencimento de janeiro, os
juros foram de 22,22% para
23,14% ao ano.
O número de contratos DI negociados na BM&F cresceu 52%
ontem, chegando a 355 mil.
Após o Copom reduzir a Selic
de 26% para 24,5% no mês passado, o mercado passou a apostar
em cortes mais fortes nos juros
até o fim do ano. Grande parte das
instituições financeiras projetava,
até o fim da semana passada, que
a taxa básica estaria próxima dos
20% no fim do ano.
Com o nervosismo do dia, houve negócios com alguns contratos
de FRA -Forward Rate Agreement, que melhor mede o cupom
cambial- que ficaram paralisados por até duas horas na BM&F.
Isso aconteceu porque as taxas
dos contratos atingiram um limite máximo. Quando isso ocorre,
um sistema chamado de "circuit
breaker" pára automaticamente
os negócios, a fim de evitar que as
taxas continuem a escalada.
Ontem o FRA mais negociado,
com prazo em janeiro, um dos
que tiveram seus negócios paralisados por algum tempo, fechou
com taxa de 5,11% ante 4,17% do
fechamento de sexta.
No segundo semestre do ano
passado, os contratos de FRA sofreram forte pressão, por servirem de referência para a rolagem
do "swap" cambial do governo. O
FRA chegou a ter taxa superior a
50% um pouco antes das eleições
de outubro.
(FABRICIO VIEIRA)
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