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COMÉRCIO
Vitória é a 2ª do país na OMC em menos de dois meses
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em menos de dois meses, o Brasil conseguiu obter duas vitórias
fundamentais na OMC (Organização Mundial do Comércio) em
torno do mesmo assunto -subsídios de países ricos a produtos
agrícolas.
"Quem quiser manter subsídios
à exportação vai enfrentar uma
batalha cada vez maior. Essa luta
está sendo ganha", disse o embaixador Clodoaldo Hugueney, ao
comentar os recentes resultados
favoráveis ao Brasil e a crescente
pressão para a eliminação dos
subsídios agrícolas nas negociações internacionais.
Na segunda quinzena de junho,
a OMC divulgou um relatório favorável ao Brasil no processo que
o país moveu contra os subsídios
norte-americanos ao algodão.
Ontem, foi a vez de o Brasil obter
um relatório favorável na disputa
contra os subsídios ao açúcar europeu.
O resultado prático dessas vitórias, no entanto, pode demorar.
Os Estados Unidos e a União Européia podem recorrer da decisão, o que pode significar mais de
seis meses de espera para uma decisão final. Além disso, nada garante que os EUA e a UE irão modificar seus programas de subsídios de acordo com as recomendações da OMC. Nesse caso, o
país teria de pedir uma autorização para retaliar comercialmente
os dois parceiros.
Apesar da demora no processo,
as vitórias chegam num momento importante para o país, que
tenta modificar as atuais regras
internacionais para o comércio
agrícola. Segundo Hugueney, as
decisões da organização fortalecem a posição brasileira de exigir
a eliminação total dos subsídios à
exportação e a redução substancial dos subsídios domésticos para produtos agrícolas.
"Isso [as vitórias na OMC] não
significa que estejamos satisfeitos
com as regras atuais, que precisam ser profundamente mudadas", afirmou o embaixador. "O
que esses painéis vão demonstrar
é como essas políticas são prejudiciais e como envolvem recursos
astronômicos, com efeito imensos", completa Hugueney.
A OMC é cada vez mais um fórum importante para o Brasil. O
país deverá abrir, em breve, um
processo contra as medidas norte-americanas impostos à importação do camarão brasileiro.
É na OMC também que o Brasil
tenta eliminar barreiras comerciais impostas pela União Européia à importação de carne de
frango do país.
Mercosul
Segundo fontes diplomáticas
ouvidas pela agência espanhola
EFE, a Comissão Européia acredita que o acordo na OMC do último fim de semana vai contribuir
para destravar as negociações entre os dois blocos.
Para o executivo, a negociação
na OMC "clareia" as negociações
bilaterais ao permitir que cada lado estabeleça o grau de flexibilidade para produtos sensíveis.
As negociações recomeçarão no
próximo dia 9, quando os representantes se reunirão em Brasília.
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