São Paulo, domingo, 05 de agosto de 2007

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Novos projetos no Rio atraem executivos

Abertura de capital e crescimento de setores como os de petróleo e gás elevam em 30% a procura por profissionais

Avanço da renda nas classes C e D também impulsiona contratações, especialmente no varejo, que lucrou com alta no consumo de serviços

DIANA BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Esvaziado economicamente nos anos 80 e 90, o Rio ressurge no mapa dos grandes investimentos. A reboque, atrai executivos que tinham saído do Estado e recebe outros que emigram em busca das oportunidades geradas por setores como petróleo e gás, petroquímico, siderúrgico e varejo.
Dados do grupo Foco, consultoria em serviços de seleção de executivos, mostram que houve crescimento de 30% na procura por executivos no Estado do Rio de Janeiro no primeiro semestre deste ano em relação a igual período de 2006. As atividades em destaque são petróleo e gás, financeira, serviços, varejo, construção civil e setor imobiliário.
Segundo o levantamento, as empresas contrataram mais executivos financeiros porque tiveram que se preparar para lançar ações no mercado, como fizeram algumas construtoras. Desse modo, tiveram de profissionalizar a gestão, que, em muitos casos, era familiar.
O avanço da renda nas classes C e D também impulsionou as contratações, especialmente no varejo, setor que lucrou com o aumento do consumo de bens e serviços.
O maior retorno é o dos setores de petróleo e gás, mas também estão em alta, segundo a consultoria, o segmento de construção civil e de administradoras de shopping centers, que arregimentaram engenheiros e gerentes de projeto. A expansão do crédito na compra da casa própria foi um dos fatores que impulsionaram o setor.
"Muitas empresas estão abrindo capital para captar recursos e expandir as suas atividades. Isso explica o crescimento da atividade empresarial no Rio. Começa a haver uma revitalização no mercado de trabalho no Estado", disse Ionio Mello, diretor da Stanton Chase International, multinacional especializada na seleção de executivos.
Ana Paula Cunha, diretora no Rio da empresa de recrutamento e seleção Mariaca, disse que o Estado vive um boom de projetos, o que estimulou as contratações de executivos.
Entre os profissionais selecionados pela empresa, estão especialmente fluminenses que foram para outros Estados em busca de oportunidades. Nos anos 80 e 90, o Rio sofreu um forte esvaziamento econômico com a migração do mercado financeiro para São Paulo.
Agora que a situação melhorou, os executivos estão voltando, diz Cunha. Existem também aqueles oriundos de outros Estados que estão fazendo sua estréia no mercado do Rio, trazidos pela novas oportunidades criadas por grandes projetos. Entre elas, estão a Companhia Siderúrgica do Atlântico, do grupo alemão ThyssenKrupp, que receberá investimentos de R$ 8 bilhões, e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro.
Para Cunha, a principal característica dos executivos de níveis mais altos -gerência ou direção- é a mobilidade. "São pessoas com salários maiores, alto nível de qualificação e com mais de dez anos de experiência. A mobilidade faz parte da vida profissional deles." Um gerente tem um piso de R$ 7.000 a R$ 12 mil, mais o chamado pacote de benefícios.
Ionio Mello afirma que o atrativo da beleza natural da cidade e a melhor qualidade de vida também ajudam a atrair profissionais. "Eu não diria que a qualidade de vida seja melhor, quando comparada à de outros lugares, como São Paulo, mas o estilo de viver é uma vantagem", afirma o diretor.


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