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Novos projetos no Rio atraem executivos
Abertura de capital e crescimento de setores como os de petróleo e gás elevam em 30% a procura por profissionais
Avanço da renda nas classes C e D também impulsiona contratações, especialmente no varejo, que lucrou com alta no consumo de serviços
DIANA BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Esvaziado economicamente
nos anos 80 e 90, o Rio ressurge
no mapa dos grandes investimentos. A reboque, atrai executivos que tinham saído do
Estado e recebe outros que
emigram em busca das oportunidades geradas por setores como petróleo e gás, petroquímico, siderúrgico e varejo.
Dados do grupo Foco, consultoria em serviços de seleção
de executivos, mostram que
houve crescimento de 30% na
procura por executivos no Estado do Rio de Janeiro no primeiro semestre deste ano em
relação a igual período de 2006.
As atividades em destaque são
petróleo e gás, financeira, serviços, varejo, construção civil e
setor imobiliário.
Segundo o levantamento, as
empresas contrataram mais
executivos financeiros porque
tiveram que se preparar para
lançar ações no mercado, como
fizeram algumas construtoras.
Desse modo, tiveram de profissionalizar a gestão, que, em
muitos casos, era familiar.
O avanço da renda nas classes C e D também impulsionou
as contratações, especialmente
no varejo, setor que lucrou com
o aumento do consumo de bens
e serviços.
O maior retorno é o dos setores de petróleo e gás, mas também estão em alta, segundo a
consultoria, o segmento de
construção civil e de administradoras de shopping centers,
que arregimentaram engenheiros e gerentes de projeto. A expansão do crédito na compra da
casa própria foi um dos fatores
que impulsionaram o setor.
"Muitas empresas estão
abrindo capital para captar recursos e expandir as suas atividades. Isso explica o crescimento da atividade empresarial no Rio. Começa a haver
uma revitalização no mercado
de trabalho no Estado", disse
Ionio Mello, diretor da Stanton
Chase International, multinacional especializada na seleção
de executivos.
Ana Paula Cunha, diretora
no Rio da empresa de recrutamento e seleção Mariaca, disse
que o Estado vive um boom de
projetos, o que estimulou as
contratações de executivos.
Entre os profissionais selecionados pela empresa, estão
especialmente fluminenses
que foram para outros Estados
em busca de oportunidades.
Nos anos 80 e 90, o Rio sofreu
um forte esvaziamento econômico com a migração do mercado financeiro para São Paulo.
Agora que a situação melhorou, os executivos estão voltando, diz Cunha. Existem também aqueles oriundos de outros Estados que estão fazendo
sua estréia no mercado do Rio,
trazidos pela novas oportunidades criadas por grandes projetos. Entre elas, estão a Companhia Siderúrgica do Atlântico, do grupo alemão ThyssenKrupp, que receberá investimentos de R$ 8 bilhões, e o
Complexo Petroquímico do
Rio de Janeiro.
Para Cunha, a principal característica dos executivos de
níveis mais altos -gerência ou
direção- é a mobilidade. "São
pessoas com salários maiores,
alto nível de qualificação e com
mais de dez anos de experiência. A mobilidade faz parte da
vida profissional deles." Um gerente tem um piso de R$ 7.000
a R$ 12 mil, mais o chamado pacote de benefícios.
Ionio Mello afirma que o
atrativo da beleza natural da cidade e a melhor qualidade de
vida também ajudam a atrair
profissionais. "Eu não diria que
a qualidade de vida seja melhor,
quando comparada à de outros
lugares, como São Paulo, mas o
estilo de viver é uma vantagem", afirma o diretor.
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