São Paulo, domingo, 05 de agosto de 2007

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Febre aftosa põe Reino Unido em alerta

Governo isola entorno de fazenda a oeste de Londres, onde foi descoberto foco da doença; Brown interrompe férias

Premiê diz que autoridades vão trabalhar "dia e noite" para conter expansão; exportações de carne e leite para a UE são suspensas

DA REDAÇÃO

O governo do Reino Unido isolou uma fazenda no condado de Surrey, a oeste de Londres, depois de ter sido constatada a infecção de animais por febre aftosa. Foi criada uma zona de exclusão de três km e uma de vigilância de 10 km na área que circunda a fazenda.
O comércio e o transporte de porcos, ovelhas e gado foi suspenso em todo o país.
O primeiro-ministro Gordon Brown interrompeu suas férias e convocou uma reunião de emergência com seu gabinete. O premiê britânico afirmou que as autoridades irão trabalhar "dia e noite" para conter a expansão da doença.
Especialistas estimam que pode ser profundo o impacto dessa crise, já que a exportação de carne e de animais vivos chega a cerca de US$ 30 milhões (R$ 57 milhões) por semana.
O ministro da Agricultura britânico afirmou que o país suspendeu voluntariamente as exportações de leite, carne e carcaças de animais para a União Européia.
Um porta-voz da Comissão Européia afirmou que o Reino Unido tomou todas as medidas previstas pelo órgão em situações com essa.
Veterinários da União Européia devem chegar ao local amanhã para avaliar a situação, quando medidas adicionais poderão ser tomadas.
A Irlanda e os Estados Unidos cancelaram as importações de carne e derivados. O ministério da agricultura francês vai investigar produtos de origem animal importados do Reino Unido nos últimos dez dias.
A doença, que pode se espalhar pelo vento ou pelo uso de equipamentos agropecuários, provoca febre alta e pode levar à morte, embora raramente contamine humanos.

Lição de 2001
Segundos especialistas, o Reino Unido está hoje mais bem preparado para enfrentar a doença do que em 2001, quando um surto de febre aftosa levou ao abate de mais de 6 milhões de animais.
"Hoje, temos estruturas administrativas, infra-estrutura e também capacidade científica", afirmou à rede BBC o biólogo Hugh Pennington.
Em 2001, a ação do governo Tony Blair foi muito criticada. À época, o prejuízo para a agropecuária britânica e o turismo rural foi estimado em US$ 17 bilhões (R$ 32,3 bilhões).
"As pessoas entenderam que [em 2001] a demora na tomada de medidas provocou a expansão da doença", disse o presidente da União Nacional dos Fazendeiros, Peter Kendall. "Tomar medidas inconvenientes no curto prazo é um preço que vale a pena pagar", disse.


Com agências internacionais


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