São Paulo, Quinta-feira, 05 de Agosto de 1999
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Congresso analisa regime automotivo

de Buenos Aires

O Congresso argentino está analisando uma proposta de regime automotivo independente, no qual não seria necessário nenhum tipo de acordo com o Brasil.
O projeto está na Comissão de Indústria da Câmara de Deputados e poderá ser votado nas próximas duas semanas, segundo o consultor dos legisladores, Raúl Ochoa.
Segundo ele, o regime entraria em vigor no próximo ano, caso os governos brasileiro e argentino não consigam estabelecer um acordo automotivo comum para o Mercosul.
A proposta dos deputados governistas prevê um índice obrigatório de peças produzidas na Argentina (conteúdo nacional) para os carros fabricados no país. O regime argentino também estabelece que o nível de produção nacional deverá ser igual ao volume de vendas do mercado interno.
"O objetivo é manter as importações e exportações equilibradas", disse Ochoa.
Ochoa, no entanto, afirmou que, caso os dois países fechem um acordo comum, não será necessário o regime autônomo.
Ontem, representantes das montadoras e empresas de autopeças do Brasil e da Argentina anunciaram que conseguiram acertar os principais pontos de divergência entre eles. "Estamos próximos de fechar um acordo definitivo", afirmou Horacio Losoviz, presidente da Adefa (associação das montadoras argentinas).
O principal ponto de conflito foi dirimido. Os fabricantes de autopeças e as montadoras brasileiras aceitaram um conteúdo nacional para os carros produzidos na Argentina. O índice ainda não foi decido, mas deverá ser negociado nos próximos dias, afirmou José Carlos Pinheiro Neto, presidente da Anfavea (associação das montadoras brasileiras). Esse era um dos pontos que a diplomacia brasileira não admitia no acordo automotivo do Mercosul.
Em contrapartida, as montadoras argentinas se comprometeram a pedir ao governo que inclua os carros brasileiros no plano de incentivos de vendas interno, o Plan Canje Plus. (AS)


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