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Trabalhador da fábrica agora aguarda PDV
DA REPORTAGEM LOCAL
"A demissão é um carimbo, que fica para sempre
marcado na vida do trabalhador". Essa foi a reação de Airton Pontes, 45, ao saber que a
Volkswagen suspendeu as
1.800 cartas de demissão distribuídas na terça passada.
Há 22 anos na Volks, ele
diz que a decisão da empresa
foi "acertada". "O radicalismo que a fábrica mostrou [ao
anunciar demissões a partir
de 21 de novembro] não leva
a lugar algum. Como o trabalhador entraria na empresa
para produzir sabendo que
está com a faca no pescoço?".
Metalúrgico do setor de
montagem, Pontes diz que
espera que sindicato e empresa negociem PDV (Programa de Demissões Voluntárias) para que os empregados que quiserem deixar a fábrica saiam de forma "digna". Ele diz que, se houver incentivos "de um bom porte",
é um dos primeiros a aderir.
"Aqui no ABC não há espaço para um acordo como o de
Taubaté, onde se aceitou negociar cortes [de 700 operários] em troca de a empresa
indicar quem queria demitir,
pagando um incentivo de 0,4
do salário por ano trabalhado", afirma o operário.
Ele diz que, no setor de
montagem final, 512 cartas
foram distribuídas entre cerca de 2.000 funcionários. Casado e pai de dois filhos, Pontes diz estar "aliviado" em saber que as negociações foram
retomadas.
(CLAUDIA ROLLI)
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