São Paulo, terça-feira, 05 de setembro de 2006

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Trabalhador da fábrica agora aguarda PDV

DA REPORTAGEM LOCAL

"A demissão é um carimbo, que fica para sempre marcado na vida do trabalhador". Essa foi a reação de Airton Pontes, 45, ao saber que a Volkswagen suspendeu as 1.800 cartas de demissão distribuídas na terça passada.
Há 22 anos na Volks, ele diz que a decisão da empresa foi "acertada". "O radicalismo que a fábrica mostrou [ao anunciar demissões a partir de 21 de novembro] não leva a lugar algum. Como o trabalhador entraria na empresa para produzir sabendo que está com a faca no pescoço?".
Metalúrgico do setor de montagem, Pontes diz que espera que sindicato e empresa negociem PDV (Programa de Demissões Voluntárias) para que os empregados que quiserem deixar a fábrica saiam de forma "digna". Ele diz que, se houver incentivos "de um bom porte", é um dos primeiros a aderir.
"Aqui no ABC não há espaço para um acordo como o de Taubaté, onde se aceitou negociar cortes [de 700 operários] em troca de a empresa indicar quem queria demitir, pagando um incentivo de 0,4 do salário por ano trabalhado", afirma o operário.
Ele diz que, no setor de montagem final, 512 cartas foram distribuídas entre cerca de 2.000 funcionários. Casado e pai de dois filhos, Pontes diz estar "aliviado" em saber que as negociações foram retomadas. (CLAUDIA ROLLI)

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