São Paulo, Terça-feira, 05 de Outubro de 1999
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"LIVRE COMÉRCIO
Para ministro, tratado não é respeitado
Lampreia pretende "relançar" Mercosul

NEY HAYASHI DA CRUZ
da Reportagem Local

O ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia, declarou ontem que "é preciso relançar o Mercosul", para evitar que conflitos como a crise comercial entre Brasil e Argentina voltem a acontecer.
O ministro disse que não se trata de rever todo o Tratado de Assunção -que regulamenta o Mercosul-, mas afirmou que "existem coisas que estão no papel mas não estão em vigor".
Lampreia não quis citar quais aspectos do tratado não estão sendo respeitados. "Isso deve ser discutido primeiro pelos países", afirmou. Mas disse que um dos pontos que precisa ser "aperfeiçoado" é o mecanismo de solução de controvérsias.
Nos últimos meses, as relações comerciais entre Brasil e Argentina têm se deteriorado devido a salvaguardas e outras restrições a importações adotadas por ambos os países. Em alguns casos, como no setor calçadista, foi possível a realização de um acordo. Em outros, como no setor têxtil, haverá intervenção da OMC (Organização Mundial do Comércio).

Têxteis
Lampreia esteve reunido ontem, em São Paulo, com empresários da indústria têxtil para falar sobre reunião da OMC que será realizada em Genebra, na Suíça, no próximo dia 18. O encontro irá discutir a questão dos limites para importação de tecidos brasileiros criadas pela Argentina em julho.
O ministro disse confiar na vitória dos argumentos brasileiros. "Não há aumento nas exportações brasileiras que justifique as salvaguardas", afirmou.
Segundo dados da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), nos últimos quatro anos a indústria têxtil argentina acumulou um superávit de US$ 350 milhões no comércio com o Brasil.
O presidente da associação, Paulo Skaf, disse que o setor têxtil pode fazer um acordo semelhante ao do setor de calçados, em que empresários dos dois países definiram limites para as exportações brasileiras. Mas, primeiro, é preciso que as cotas já em vigor sejam canceladas. "Não dá para negociar com uma espada na garganta", afirmou.


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