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"LIVRE COMÉRCIO
Para ministro, tratado não é respeitado
Lampreia pretende "relançar" Mercosul
NEY HAYASHI DA CRUZ
da Reportagem Local
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia, declarou ontem que "é preciso relançar o Mercosul", para evitar
que conflitos como a crise comercial entre Brasil e Argentina voltem a acontecer.
O ministro disse que não se trata de rever todo o Tratado de Assunção -que regulamenta o
Mercosul-, mas afirmou que
"existem coisas que estão no papel mas não estão em vigor".
Lampreia não quis citar quais
aspectos do tratado não estão sendo respeitados. "Isso deve ser discutido primeiro pelos países",
afirmou. Mas disse que um dos
pontos que precisa ser "aperfeiçoado" é o mecanismo de solução
de controvérsias.
Nos últimos meses, as relações
comerciais entre Brasil e Argentina têm se deteriorado devido a
salvaguardas e outras restrições a
importações adotadas por ambos
os países. Em alguns casos, como
no setor calçadista, foi possível a
realização de um acordo. Em outros, como no setor têxtil, haverá
intervenção da OMC (Organização Mundial do Comércio).
Têxteis
Lampreia esteve reunido ontem, em São Paulo, com empresários da indústria têxtil para falar
sobre reunião da OMC que será
realizada em Genebra, na Suíça,
no próximo dia 18. O encontro irá
discutir a questão dos limites para
importação de tecidos brasileiros
criadas pela Argentina em julho.
O ministro disse confiar na vitória dos argumentos brasileiros.
"Não há aumento nas exportações brasileiras que justifique as
salvaguardas", afirmou.
Segundo dados da Abit (Associação Brasileira da Indústria
Têxtil), nos últimos quatro anos a
indústria têxtil argentina acumulou um superávit de US$ 350 milhões no comércio com o Brasil.
O presidente da associação,
Paulo Skaf, disse que o setor têxtil
pode fazer um acordo semelhante
ao do setor de calçados, em que
empresários dos dois países definiram limites para as exportações
brasileiras. Mas, primeiro, é preciso que as cotas já em vigor sejam
canceladas. "Não dá para negociar com uma espada na garganta", afirmou.
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