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MEGAFUSÂO
Duas gigantes das telecomunicações, a MCI e a Bell South, disputam terceira maior do ramo nos EUA
Compra da Sprint aquece Bolsa de NY
MALU GASPAR
de Nova York
O setor de telecomunicações
dos Estados Unidos está prestes a
realizar a maior fusão da história.
Duas empresas, a nacional MCI
WorldCom. e a regional Bell
South Corp., disputam, desde domingo, a compra da terceira
maior do ramo no país, a Sprint.
Seja qual for o resultado final da
"guerra" de ofertas, o valor do negócio -que pode variar de US$
93 bilhões a US$ 100 bilhões- será maior do que qualquer outro já
realizado.
Até então, o maior negócio do
gênero havia sido a compra da
Mobil pela Exxon, por um valor
total de US$ 82,5 bilhões.
A MCI World Com. vinha negociando a compra da Sprint já há
duas semanas, por valores não divulgados. A empresa tampouco
confirmava a operação, que, no
entanto, foi acompanhada e descrita com detalhes pela imprensa
norte-americana.
No último domingo, a Bell
South fez uma oferta de cerca de
US$ 72 bilhões pela Sprint, além
de ter se proposto a assumir a dívida de US$ 13 bilhões assumida
pela empresa, sem contar o preço
a ser pago pelas ações da Sprint
PCS, empresa do grupo que controla a telefonia celular. A oferta
da MCI, feita nos mesmos termos,
teria tido como preço base US$ 65
bilhões, segundo o "Wall Street
Journal".
A MCI opera telefonia de longa
distância e é a segunda maior do
ramo, atrás apenas da AT&T. Em
julho do ano passado, arrematou
por R$ 3,4 bilhões a Embratel, ganhando o maior leilão de privatização da história do Brasil. A Bell
South atua em nove Estados da
região Sudeste do país e não faz ligações de longa distância.
As duas empresas procuram,
com a aquisição, aumentar o alcance de seus negócios.
Com a compra, além dos US$ 17
bilhões de rendimento anual da
Sprint, a Bell South teria a oportunidade de operar ligações de longa distância nos Estados Unidos,
transformando-se numa empresa
nacional.
Já a MCI WorldCom está interessada na rede nacional de telefonia celular operada pela Sprint.
Até o fechamento desta edição,
a diretoria da Sprint ainda estava
reunida para definir com qual das
duas empresas faria negócio.
Durante todo o dia, os rumores
no mercado eram de que a MCI tinha mais chances do que a concorrente de ganhar a disputa. A
avaliação da maioria dos analistas
econômicos norte-americanos
era de que a junção com a MCI,
com a formação de uma rede nacional de telefonia celular, seria
mais atraente para os investidores
e, portanto, teria mais potencial
para crescer.
O raciocínio foi assimilado pelos investidores da Bolsa de Valores de Nova York, que operou em
alta durante todo o dia, por causa
desta e de outras fusões anunciadas ontem nos Estados Unidos.
As ações da Sprint chegaram a subir 7% e foram das mais negociadas ontem na Bolsa. As ações da
MCI também estiveram em alta
durante todo o dia, enquanto as
da Bell South fecharam em baixa.
Por causa disso, a Bell South aumentou, no final da tarde de ontem, o valor base da oferta feita à
Sprint para US$ 77 por ação, além
de ter também elevado o valor dos
bônus e das ações da subsidiária
de telefonia celular.
Ainda que seja definida nos
próximos dias, a compra da
Sprint ainda deverá ser avaliada
pela FCC (Federal Communications Commission), órgão que regula o setor nos Estados Unidos.
Por exigência da FCC, ambas
poderão ter de abrir mão de negócios -a MCI, do ramo da Sprint
que negocia o tráfico de informações pela Internet, e a Bell South,
da telefonia celular.
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