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POLÍTICA MONETÁRIA
Expectativa é que BC dos EUA mantenha juros no nível atual; Fundo sugere 3º aumento no ano
Mercado espera que Fed contrarie FMI
MARCIO AITH
de Washington
O Fed (Federal Reserve, o banco
central norte-americano) decide
hoje se eleva, pela terceira vez em
1999, as taxas de juro de curto prazo no país.
Os mercados avaliam que o Fed
irá manter as atuais taxas, apesar
do crescente temor entre os investidores, governos e organismos
multilaterais de que a economia
norte-americana está superaquecida e caminha para um colapso
caso não seja ajustada a tempo.
Acreditando que o Fed julgará
desnecessária uma elevação dos
juros, investidores voltaram a colocar dinheiro nas Bolsas. O índice Dow Jones subiu 1,25%. O Nasdaq, que mede o comportamento
das empresas do setor de informática e de Internet, subiu 2,2%.
Caso não eleve as taxas de juros,
o Fed estará trilhando um caminho diverso daquele sugerido pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
Na semana passada, o Fundo
reconheceu que um desaquecimento brusco da economia norte-americana poderia detonar
uma nova crise dos mercados
mundiais. Para evitar esse desaquecimento brusco, sugeriu novos aumentos dos juros nos EUA
e a desvalorização do dólar para
corrigir o déficit comercial e cortar pela metade o crescimento do
consumo na maior economia do
mundo.
O FMI mandou sinais nesse
sentido por meio do seu diretor
de pesquisa, Michael Mussa, e de
diversos apelos feitos aos Estados
Unidos no Panorama Econômico
Mundial, relatório semestral do
Fundo.
Mussa sugeriu que o Fed (o
banco central norte-americano)
eleve mais uma vez as taxas de juros do país até o final do ano e, talvez, promova um outro aumento
em março de 2000.
"Minha preferência pessoal seria promover um novo aperto (na
política monetária dos EUA) até o
final do ano", disse Mussa, referindo-se ao aumento dos juros
dos Estados Unidos. "E, depois,
esperar pelas incertezas da passagem para o ano 2000 e rever a situação em março ou maio do próximo ano."
Desde janeiro, o Fed já promoveu duas elevações das taxas de
curto prazo para conter a inflação. O Fundo acha que essas elevações podem não ter sido suficientes.
Reflexo
As sugestões do Fundo afetam
diretamente a economia brasileira. Novos aumentos dos juros
norte-americanos e a redução do
valor do dólar tendem a controlar
a inflação dos Estados Unidos,
mas podem causar pânico nos
mercados, derrubar Bolsas e prejudicar economias em desenvolvimento, especialmente as da
América Latina.
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