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Mercado prevê a manutenção dos juros
MAURO TEIXEIRA
da Reportagem Local
O mercado financeiro aposta
em uma postura conservadora do
Copom (Comitê de Política Monetária) na reunião de amanhã. É
quase consenso entre economistas e operadores a crença de que
não haverá mudança na taxa de
juros básicos (Selic), que hoje está
fixada em 19%.
Com o cenário político dominando as análises econômicas
-além da decisão do STF suspendendo a cobrança da previdência de servidores, a votação de
hoje na Câmara do fator previdenciário preocupa os analistas-, o mercado de modo geral
está pessimista sobre uma mudança na taxa de juros.
"É muito provável que não haja
alteração na taxa, o que acho positivo, já que o governo mostraria
assim uma atitude cautelosa após
a derrota no STF", afirma Rubens
Sardenberg, economista-chefe do
ABN-Amro.
Na opinião de Sardenberg, uma
queda, mesmo que pequena (0,25
ponto percentual, por exemplo),
só ocorrerá com o surgimento hoje de notícias muito positivas nos
cenários interno e externo, o que
ele acha improvável.
Nem mesmo a queda de ontem
nas taxas de juros futuros da
BM&F (Bolsa de Mercadorias &
Futuros) animou os profissionais
de mercado, que avaliaram o
comportamento como uma simples correção.
De acordo com José Cândido de
Melo, gerente de câmbio e renda
fixa do Banco Tendência, o mercado está apenas "recolocando o
juro futuro em um patamar mais
realista, pois aumentou muito os
prêmios (o que se paga a mais pelo risco futuro) depois da decisão
do STF na quinta-feira".
Nos contratos futuros de DI negociados no pregão da BM&F, a
taxa projetada para o final deste
mês é de 19,21% ao ano.
Mas a liquidez está concentrada
nos contratos com vencimento
em dezembro, que projetam juro
de 20,24% anuais para o mês novembro, ante 20,73% ajustados na
última sexta-feira.
O DI de janeiro (taxa para dezembro) fechou em 21,38% ao
ano, contra 22,21% do pregão anterior de sexta.
Marcelo Allain, economista-chefe do banco Interamerican Express, também acredita que o Copom (formado por diretores do
Banco Central) adotará uma postura cautelosa amanhã.
"Ainda existe espaço para uma
queda, mas ela precisa ser dosada.
Como a taxa foi reduzida há cerca
de duas semanas, o Copom deve
ser cauteloso. Não deve alterar os
juros e manter o viés neutro."
Os mais otimistas apostam que
uma decisão do Fed Reserve
(banco central dos EUA), que se
reúne hoje, de manter a taxa de
juros norte-americanas e o anúncio de medidas positivas pelo governo podem permitir uma pequena redução da Selic -0,25
ponto percentual, no máximo.
"Até a semana passada o cenário era outro, e esperávamos até
uma queda da Selic para 18,5%",
afirmou José Cândido de Melo,
do Banco Tendência.
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