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EM TRANSE
Dólar e risco-país caem e Bolsa de Valores sobe às vésperas das eleições
Mercado encerra tranquilo semana que prometia sangue
DA REPORTAGEM LOCAL
A semana anterior às eleições presidenciais terminou mais tranquila do que previam os analistas.
Ontem, o dólar caiu 2,16%, cotado a R$ 3,62. Na semana, a moeda teve baixa de 6,7%.
O risco-país, calculado pelo banco JP Morgan, caiu mais 3,45% ontem, para 1.960 pontos.
Pela primeira vez desde 23 de setembro, o índice fechou abaixo
dos 2.000 pontos. Nos últimos
cinco dias, o risco de investir no
Brasil acumulou baixa de 19,7%.
A Bolsa de Valores de São Paulo
também teve dias mais tranquilos. A Bovespa subiu 1,31% ontem
e encerrou a semana com valorização de 6,2%.
Especificamente ontem, o
anúncio do banco de investimentos Merrill Lynch, que elevou a recomendação para a compra de títulos brasileiros, contribuiu para
o alívio das negociações.
Desde o início das turbulências
no mercado doméstico, em maio,
foram sucessivos os anúncios de
perspectivas negativas em relação
ao Brasil por parte de bancos e
agências de avaliação de risco.
A maior possibilidade, aos
olhos do mercado, de haver um
segundo turno para as eleições
presidenciais também serviu para
acalmar os ânimos. Altas recentes
do dólar foram atribuídas a uma
reacomodação dos indicadores
diante de uma possível vitória de
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no
primeiro turno.
Vencimentos
Havia grande apreensão sobre o comportamento dos indicadores nos últimos dias devido à forte deterioração dos mesmos, na semana passada. A passagem da terça-feira, dia do vencimento de US$ 1,25 bilhão em dívida do governo atrelada ao câmbio, fez as pressões sobre o dólar, em especial, se reduzirem.
Houve uma movimentação por parte de bancos para elevar o valor do dólar e, assim, aumentar seus ganhos no resgate -apenas 21% da dívida foi renovada.
Passadas as movimentações em torno desse vencimento, o dólar se acalmou. Mas neste mês há grande concentração de vencimentos de dívidas dos setores público e privado, o que deve gerar nova instabilidade no câmbio.
O BC tentou iniciar ontem a rolagem de US$ 3,6 bilhões que vencem no dia 17. A autoridade monetária recusou todas as propostas por considerar as taxas pedidas pelo mercado muito altas -elas ficaram em torno dos 40%. Como a procura por "hedge" (proteção cambial) no mercado é muito pequena, mais uma vez o
BC não deverá conseguir renovar a totalidade da dívida.
Além disso, o mercado passou a não dar mais como certa uma vitória de Lula no primeiro turno. A tese foi reforçada, segundo os operadores e analistas do mercado, pelo desempenho dos presidenciáveis no debate de quinta.
Se confirmado um segundo turno entre Lula e José Serra (PSDB), analistas esperam que o dólar caia mais um pouco, até R$ 3,50.
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