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CARROS
Empresas alegam repasse de aumento de custos causado por alta do dólar
Montadoras já preparam reajustes
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A direção da Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de
Veículos Automotores) admitiu
ontem que as montadoras vão repassar para os preços dos veículos
o aumento de custos de produção
provocado pela alta do dólar.
Os aumentos nos preços ocorridos no final de agosto já haviam
eliminado, no caso de alguns modelos populares, os efeitos obtidos
com a redução de IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados),
anunciada no mês de julho.
"As montadoras procuram refrear (o aumento), negociando
dentro da cadeia produtiva. Tentamos de tudo para minimizar esse repasse ao consumidor porque
hoje trabalhamos com capacidade ociosa de 44%", disse Ricardo
Carvalho, presidente da Anfavea.
De acordo com o executivo, a
cotação da moeda norte-americana considerada ideal pelas montadoras para os próximos durante
2003 seria no nível de R$ 2,70 -o
que, em tese, diminuiria a pressão
por reajustes. Mas a avaliação de
analistas do mercado é que o dólar, em um cenário tranquilo, recue para entre R$ 3,00 e R$ 3,10.
""Há as mais diversas previsões.
Para a Anfavea, esse (R$ 2,70) é
um patamar possível, desde que o
próximo governo mantenha os
compromissos de austeridade fiscal e monetária", completou.
Vendas maiores
De acordo com relatório da Anfavea, as vendas internas de veículos no varejo (concessionário-consumidor) aumentaram 27,3%
em setembro, comparadas ao
mesmo mês do ano passado.
Em relação a agosto deste ano,
também houve variação positiva,
mas com menor intensidade:
0,7%. Foi o quarto mês consecutivo de alta nas vendas (sempre em
relação ao mês anterior), após
péssimos resultados no primeiro
semestre -quando a venda total
havia despencado 17,7%, em relação ao mesmo período de 2001.
No caso do expressivo aumento
nas vendas de setembro, na comparação interanual a própria Anfavea fez uma ressalva: a base de
comparação era baixa. Setembro
de 2001 foi o mês dos atentados
terroristas nos EUA que provocaram pânico na economia mundial. Naquele período foram comercializados 106,6 mil veículos
no Brasil. Neste ano, saíram das
concessionárias 135,7 mil.
""As vendas aumentaram nos últimos quatro meses porque há
um claro retorno da confiança
dos consumidores. E porque também há uma concorrência acirrada entre as montadoras, o que
pressupõe promoções, descontos", disse Ricardo Carvalho.
No mês passado, foram produzidos pelas montadoras instaladas no país 150,4 mil veículos contra os 140 mil em setembro do ano
passado -o que representa alta
de 7,5%. Em relação a agosto deste ano, a produção também foi
maior: alta de 9,3%.
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