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Montadoras preparam novo reajuste
FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A alta nos preços dos insumos
-principalmente o do aço-, o
aumento da demanda no mercado interno e o reajuste real nos salários dos trabalhadores resultaram num incremento de até 18%
nos preços dos carros de janeiro
até setembro deste ano. Novos aumentos de preços vão ocorrer até
o final do ano e devem ultrapassar
6%, segundo a Folha apurou.
As montadoras informam que
os carros estão mais caros por
causa da alta nos preços do aço
(45,2%), da borracha (9,45%), dos
materiais plásticos (36,7%) e dos
metais não-ferrosos (30,7%) de
janeiro a setembro deste ano, segundo o IGP-M. A correção de
10% nos salários dos metalúrgicos, negociada no mês passado e
paga neste mês, também pesou
nos preços dos carros.
Na Fiat, os preços dos carros subiram em torno de 17% de janeiro
a setembro deste ano -nesse
percentual estão incluídos oito
reajustes ao longo do ano. A previsão é de mais reajustes até dezembro, segundo informa a assessoria da montadora. Os percentuais ainda não foram definidos.
A GM também reajustou os preços da sua linha de veículos em
torno de 17% ao longo deste ano.
A partir de hoje, os carros da marca estão 2,3% mais caros, segundo
informa a assessoria de imprensa
da montadora. Ford e Volkswagen não informaram os reajustes
de preços no acumulado do ano
até o fechamento desta edição.
O aumento da procura por carros no mercado interno e o crescimento das exportações de veículos têm sido pontos favoráveis às
montadoras para elevar os preços
para as concessionárias.
De janeiro a agosto deste ano, as
vendas de automóveis no mercado interno somaram 787,3 mil
-12% mais do que em igual período de 2003. No mesmo período
foram exportados 317,5 mil veículos -8,7% mais do que em igual
período do ano passado, segundo
levantamento da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores).
"Os aumentos nos preços dos
insumos e o bom desempenho de
vendas no mercado interno e no
exterior vão contribuir para um
reajuste de mais 6%, no mínimo,
nos carros neste último trimestre", afirma Vitor Meizikas Filho,
analista da Molicar, consultoria
especializada em veículos.
Segundo ele, as montadoras
têm outro ponto a favor. No exterior, um carro popular custa cerca
de US$ 7.000 ou cerca de R$ 21
mil, o que significa "que elas estão
mais ou menos dentro do mesmo
padrão de preços". "O Uno Mille,
o carro popular mais barato do
país, custa cerca de R$ 18 mil."
"No segundo semestre do ano
passado, os preços estavam em
queda porque as vendas estavam
retraídas. Houve congelamento
de preço por conta do acordo
com o governo de redução do IPI,
que terminou em fevereiro", afirma Cláudio De Simone, coordenador da pesquisa mensal de preços da Autoinforme.
"O aquecimento das vendas no
mercado interno já permite que
as montadoras repassem ao consumidor os reajustes de suas tabelas." Na avaliação do especialista,
os carros devem ser reajustados
em média em 1,5% ao mês até o final deste ano.
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