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RETOMADA
Previsão é para vendas no mercado interno; alta em 2005 seria de 5,8%
Setor de aço revê de 9% para
14% crescimento neste ano
GUILHERME BARROS
ENVIADO ESPECIAL A ISTAMBUL
As vendas de aço no Brasil, considerado um dos melhores termômetros para medir o pulso do
crescimento, deverão atingir neste ano o recorde de 17,6 milhões
de toneladas, um crescimento de
14,3% em relação a 2003.
Os números foram divulgados
ontem por José Armando Figueiredo de Campos, presidente do
IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia) e da CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão), durante o
38º Encontro Anual do Aço, em
Istambul (Turquia), que reúne os
presidentes das maiores empresas siderúrgicas do mundo. A previsão do IBS do início do ano era
de um crescimento de 9% para as
vendas internas, um número já
considerado bastante alto.
Para 2005, o IBS estima um crescimento menor das vendas internas. A previsão é de uma alta de
5,8% no consumo interno de aço,
o que indica uma desaceleração
no ritmo de expansão da economia. Diante do crescimento muito acima do esperado das vendas
internas, as exportações de aço
neste ano deverão somar 12 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 7,5% em relação a 2003. Já para 2005, a previsão do IBS é de uma alta de 3%
das vendas externas.
De acordo com o IBS, o consumo aparente de aço-mercado
interno mais importações-também subiu acima das expectativas, com uma alta de 13,9% sobre
2003. Para 2005, a previsão é de
um crescimento de 6,3%.
Com esses resultados, a produção interna de aço atingirá neste
ano o recorde de 33 milhões de toneladas, um crescimento de 6,1%
em relação a 2003, de acordo com
o IBS. O resultado fica bem acima
dos 5% de expansão estimados
pelo IBS no início do ano.
O desempenho da siderurgia
neste ano reacende a discussão
sobre a necessidade de novos investimentos no setor. Figueiredo
de Campos acha prematuro a indústria partir para uma nova fase
acelerada de investimentos principalmente com o Estado a frente
do processo. "O grande erro dessa
indústria foi ter, no passado, antecipado investimentos tendo o governo à frente", afirmou.
Os investimentos que estão programados serão, a seu ver, suficientes para atender a demanda
dos próximos anos. Caso o Brasil
continue crescendo a um ritmo
mais acelerado, ele diz que a indústria tem como rapidamente se
adequar a um novo mercado.
Além disso, o presidente do IBS
chama a atenção para o fato de
que o Brasil ainda exporta 12 milhões de toneladas de aço, quase
40% do que produz. Ou seja, o setor teria como atender às necessidades do mercado interno.
Ele argumenta ainda que ao nível elevado do preço do aço, hoje,
em torno de US$ 500 dólares a tonelada, é muito difícil para a indústria começar a pensar em fazer
estudos de viabilidade para novos
investimentos. O preço médio
histórico está na faixa de US$ 210
a tonelada. Além disso, o presidente do IBS disse que, em outros
lugares do mundo, como nos
EUA, estão sendo construídas novas usinas para atender a esse
mercado. Dessa forma, o Brasil,
segundo ele, corre o risco de fazer
os investimentos e não ter para
quem exportar.
Em posição completamente
oposta está o presidente da Usiminas, Rinaldo Campos Soares,
que também participa em Istambul do tradicional encontro internacional do aço. Segundo ele, se o
Brasil continuar crescendo ao ritmo de 4% ano, em 2008 irá começar a faltar aço acabado.
O presidente da Usiminas afirmou, ainda, que, em 2005, irá
apresentar ao board da empresa
uma proposta de investimentos
de cerca de US$ 600 milhões a
US$ 800 milhões que inclui um
novo alto-forno.
O jornalista Guilherme Barros viajou a
Istambul a convite do grupo Gerdau
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