São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2004

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INVESTIMENTO

Aplicações superam resgates em R$ 3,4 bi em setembro; cresce busca de ações e diminui a de papéis atrelados aos juros

Aversão ao risco cai e fundos voltam ao azul

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mês de setembro foi marcado por uma recuperação de recursos no mercado de fundos de investimentos. Desde abril, os fundos têm sofrido com saques de recursos. Em setembro, as aplicações nos fundos superaram os resgates em R$ 3,4 bilhões.
O levantamento realizado pelo site Fortuna mostra que os fundos multimercados foram o destaque do mês, com captação líquida -saldo entre o aplicado e o resgatado- de R$ 3,96 bilhões. Os fundos de ações tiveram captação de R$ 188 milhões.
"Apesar de o perfil do investidor brasileiro ainda ser de mais aversão ao risco, temos notado recentemente um apetite maior por aplicações com um pouco mais de risco", afirma Kelly Trentin, analista da SLW Corretora.
Os fundos multimercados -que carregam mais riscos que os fundos DI, por exemplo- têm em suas carteiras tanto papéis de renda fixa como de renda variável. Na média, os fundos multimercados estão com uma rentabilidade anual de 12,46%, um pouco melhor que a da renda fixa (11,22%) ou a dos fundos DI (10,95%).
Consideradas aplicações mais conservadoras, os fundos DI e de renda fixa são formados por títulos públicos e privados que acompanham a oscilação das taxas de juros. Em setembro, os fundos DI tiveram captação negativa de R$ 516 milhões, e os de renda fixa, resgates líquidos de R$ 1,38 bilhão.
A caderneta de poupança, que atraiu investidores principalmente entre maio e julho, chegou ao fim de setembro (dia 28) com captação negativa de R$ 1,2 bilhão, segundo dados fornecidos pelo Banco Central.
O mês em que o mercado de fundos mais sofreu com resgates neste ano foi maio, quando a captação da indústria ficou negativa em R$ 4,076 bilhões.

Ações
Os fundos de ações foram destaque de rentabilidade em setembro, com alta média de 3,56%.
Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora Sênior, diz que "a Bolsa entrou em uma tendência de alta", podendo chegar aos 27 mil pontos até o fim do ano (nível cerca de 12% acima do atual). Esse movimento deve atrair mais investidores ao mercado acionário, avalia Bandeira.
Com o início da conta-investimento, a expectativa é a de que os fundos recebam algum interesse extra para os investidores. A conta-investimento permite que recursos sejam trocados de aplicações sem a cobrança da alíquota de 0,38% da CPMF.


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