São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

C-Bond, um dos principais papéis do país, não atingia esse patamar desde janeiro; risco-país caiu

Título da dívida externa volta a valer 100%

DA REPORTAGEM LOCAL

O C-Bond, um dos principais títulos da dívida externa brasileira, atingiu ontem a cotação de 100% do seu valor de face, o que não acontecia desde 28 de janeiro. A alta do papel ontem foi de 1,13%. Outro importante título da dívida, o Global 40, subiu 1,83%.
A valorização dos títulos da dívida levaram o risco-país a cair 4,09%, marcando 445 pontos. O indicador está perto de de seu piso no ano (410 pontos, registrado em 12 de janeiro).
A alta dos títulos foi favorecida ontem por especulações em torno da possibilidade de o governo realizar um "swap" (troca) de papéis da dívida externa, com a finalidade de alongar prazos de vencimento e melhorar condições de pagamento.
O vencimento semestral de juros do C-Bond, que ocorre no próximo dia 15, favorece o ambiente para as especulações. O governo poderia aproveitar o momento para colocar outro título no mercado internacional.
Os investidores também especulam com a possibilidade de o governo captar ainda este ano US$ 1,5 bilhão para antecipar suas necessidades de financiamento de 2005. Em setembro, o governo emitiu 1 bilhão em títulos da dívida em duas etapas.
A elevação do "rating" (nota de crédito) soberano do Brasil pelas três principais agências internacionais de classificação de risco melhorou ainda mais as perspectivas para o país.
O fato de o risco-país estar próximo de seu nível mais baixo do ano também é importante, pois indica uma menor expectativa de que o país possa vir a dar calote. Esse movimento diminui os custos e melhora as chances -tanto para o setor público quanto para o privado- de conseguir captar recursos no exterior.
O dólar voltou a recuar. A queda de 0,42% de ontem levou a moeda a R$ 2,826, menor valor desde 14 de janeiro.
A expectativa dos analistas de que os índices de inflação a serem divulgados nesta semana tragam desaceleração dos preços tem ajudado a manter o clima positivo no mercado financeiro.
A Bolsa de Valores de São Paulo subiu 1,57% no pregão de ontem. Em meio à euforia, uma notícia ruim: o saldo de investimentos estrangeiros na Bolsa ficou negativo em R$ 451 milhões em setembro, sendo o quarto mês de saídas.
(FABRICIO VIEIRA)


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