ARTHUR PEREIRA FILHO
da Reportagem Local

A indústria automobilística brasileira deverá operar em 99 com cerca de 40% de capacidade ociosa, oito vezes mais que o nível registrado em 97.
Com a inauguração das novas fábricas -pelo menos mais oito até o segundo semestre do ano que vem-, o país teria capacidade para produzir até 2,65 milhões de carros por ano.
Mas com as vendas em queda e a perspectiva de recessão econômica, boa parte das linhas de montagem deve ficar parada no ano que vem: a produção deve atingir no máximo 1,65 milhão de unidades.
A estimativa é do economista José Eduardo Favaretto, ex-vice-presidente da Anfavea (associação das montadoras) e gerente de análises estratégicas da Fiat Automóveis entre 88 e 97.
"Se em 99 a produção de automóveis e comerciais leves cair apenas 5%, em relação à previsão para 98, isso significará uma ociosidade da ordem de 40%", disse o economista.
A capacidade ociosa das montadoras foi de 8,5% em 96, caiu para 5,2% em 97 e deve subir para 24% este ano, segundo cálculos de Favaretto com base em números da Anfavea.
Em 96, a indústria produziu 1,73 milhão de unidades para uma capacidade de 1,9 milhão. Em 97, a capacidade instalada era de 2,1 milhão e a produção ficou em 1,99 milhão.
Neste ano, a capacidade de produção subiu para 2,25 milhões.
Já foram inauguradas três novas fábricas de automóveis e comerciais leves: Chrysler, no Paraná, Toyota e Land Rover, em São Paulo. Nos próximos meses devem começam a funcionar unidades da Mitsubishi, Renault, Mercedes-Benz, Audi/Volkswagen, Iveco/Fiat e General Motors.
A Anfavea previa no início do segundo semestre produzir 1,750 milhão de veículos este ano, 15% menos que em 97. Porém já está refazendo os cálculos: a produção deste ano e de 99 deve ficar em torno de 1,6 milhão de unidades, cerca de 23% menor do que no ano passado.



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