free-lance para a Folha

Oito montadoras de veículos apresentaram projetos para usufruir dos benefícios concedidos pela lei que prevê redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para aquelas que se instalarem nas regiões Nordeste, Norte ou Centro-Oeste do país.
A principal delas é a Ford, que deve se instalar na Bahia. Inicialmente, a empresa pretendia montar sua nova fábrica no Rio Grande do Sul, mas não chegou a um acordo com o governador do Estado, Olívio Dutra (PT), e se mudou para o Nordeste por causa dos incentivos oferecidos pelos governos federal e baiano.
Seis montadoras pretendem se instalar na Bahia, uma em Goiás e uma no Ceará. Não houve propostas para a instalação de fábricas na região Norte.
Fora a Ford, o caso mais polêmico é o da Asia Motors, que apresentou projeto de uma nova fábrica na Bahia. Em maio de 1997, a empresa já havia sido beneficiada por outra lei que concedia benefícios para o setor.
A Asia Motors já deixou de pagar R$ 181 milhões de imposto, mas ainda não cumpriu as cotas de investimento e de exportação previstas.
A empresa quer que os investimentos feitos pela nova lei, com a redução de IPI, sirvam também para compensar a redução no Imposto de Importação que já foi obtido.
O governo vai analisar os projetos para verificar sua viabilidade técnica. O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Milton Seligman, disse que não há prazo para que essa análise seja concluída.
As montadoras que abrirem novas fábricas em uma das três regiões terão uma redução de 32% no IPI até o ano de 2010.
Caso todos os projetos sejam aprovados, os investimentos dessas empresas devem somar US$ 1,66 bilhões -US$ 1,169 vindos da Ford- e gerar 7.160 empregos diretos.
De acordo com Seligman, os números "superam as expectativas" do governo. Para ele, os investimentos irão contribuir para "o desenvolvimento industrial no Nordeste e no Centro-Oeste".


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