da Reportagem Local

A investigação antidumping contra o aço laminado a frio brasileiro movido pelo governo dos EUA é discriminatória e já está prejudicando as exportações brasileiras.
Essa é a avaliação de Marco Polo de Mello Lopes, vice-presidente-executivo do IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia).
"O Brasil, ao contrário de países como a Rússia e o Japão, não é o principal exportador, nem formador de preços no mercado. A investigação é totalmente discriminatória", disse.
De acordo com Marco Polo, as exportações brasileiras já vêm caindo em razão do processo. Dados recentes do Departamento de Comércio dos EUA mostram que o volume importado de laminado a frio caiu 27% em um ano.
O departamento divulgou anteontem um parecer apontando "fortes indícios" de prática de concorrência desleal por parte do Brasil e 11 outros países.
O parecer é o primeiro passo para a aplicação de taxas sobre o aço brasileiro de até 51,24%.
"O resultado prático (de eventuais sanções) é ficar fora do mercado de laminados a frio por pelo menos cinco anos", disse Renato Vallerini Júnior, diretor comercial da Cosipa, uma das siderúrgicas brasileiras sob investigação.
Para Vallerini, é mais difícil firmar um acordo semelhante ao do laminado a quente, firmado em junho, porque a investigação envolve um total de 12 países.