da Reportagem Local

A Bolsa de Valores de São Paulo registrou volume de R$ 1,038 bilhão ontem. Em um dia sem leilão de empresas estatais (o que acaba "inflando" o pregão), foi o maior giro financeiro desde 21 de junho.
A exemplo de anteontem, o mercado começou o dia com tendência de compras. O movimento provocou a alta máxima do dia de 2,47%.
Com a alta de 4,96% de anteontem e o grande movimento de compra na manhã de ontem, a Bovespa assistiu a uma "realização de lucros" no período da tarde -os investidores venderam papéis, visando embolsar a lucratividade obtida.
O movimento derrubou a Bolsa. Mesmo assim, ela fechou em alta de 0,48%. Apenas 53 pontos separaram a Bovespa do recorde de pontos em fechamento no ano.
"A realização é um movimento normal. Ainda tem muita gente para comprar ações. Os fundos de pensão, por exemplo, que já tiveram alavancagem de até 40% em Bolsa, estão atualmente em 15%. E a verdade é que os papéis brasileiros ainda estão muito baixos em dólar", disse Pedro Marcondes, da Equação Distribuidora de Títulos.
O alto volume é justificado, segundo operadores, por uma migração de fundos de renda fixa (cuja rentabilidade está perdendo para a inflação) para os negócios em Bolsa.
Além disso, os investidores estrangeiros estariam voltando a atuar no mercado brasileiro. Um relatório divulgado nesta semana, dizendo que os bancos brasileiros estão preparados para enfrentar o bug do milênio (possibilidade de falha em máquinas eletrônicas na passagem do ano), teria ajudado a acalmar europeus e norte-americanos.
Se a tendência for mantida, o mês de novembro pode ter um saldo de investimento estrangeiro em Bolsa melhor do que o de outubro.
Segundo dados divulgados pela Bovespa ontem, o saldo de recursos externos foi negativo em R$ 616,833 milhões no mês passado. Saíram R$ 2,167 bilhões de dinheiro estrangeiro. Entrou R$ 1,550 bilhão. A saída se dá pela venda de ações. A entrada, pela compra. (MARCELO DIEGO)


Texto Anterior: Conjuntura: País vai crescer sem inflação, diz Malan
Próximo Texto: Empresas: Michael Dell defende incentivo fiscal
Índice