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ANO DO DRAGÃO
Últimos aumentos se baseavam em dólar ainda cotado a R$ 3
Indústria planeja mais reajustes
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os preços têm subido fortemente nas últimas semanas, mas o
consumidor já pode se preparar
para mais inflação: a partir de novembro deve haver uma segunda
rodada de reajustes para compensar a alta do dólar.
Fabricantes de alimentos e eletroeletrônicos finalizaram aumentos nos últimos dois meses
com as redes varejistas. Mas essas
elevações foram feitas com base
no dólar a R$ 3, em média. Como
a matéria-prima importada dessas mercadorias entrou no país
com o dólar a R$ 3,80, em média,
em outubro -e não há expectativa (por parte de alguns fabricantes) de o valor da moeda chegar a
R$ 3 até o final deste mês-, novos reajustes devem acontecer.
O alerta já foi dado pelos fabricantes de óleo de soja, frango e
aparelhos eletrônicos nas negociações com as redes de supermercados na última semana.
Fabricantes de geladeiras já pediram 15% de aumento neste mês.
Já ocorreu um reajuste em julho.
Toda vez que são comprados insumos importados para o setor
eletrônico, por exemplo, o fabricante paga a encomenda segundo
a cotação do dólar no dia. Redes
como Extra, Eletro e Lojas Cem,
entretanto, não aceitaram pagar
pelas mercadorias o preço sugerido com base nessa cotação.
A conta vai ter de ser paga pelo
consumidor. "Será obrigatório
um novo reajuste caso as coisas
continuem como estão. Em geral,
todos já aumentaram com base
no dólar a R$ 3. Até já houve uma
queda na cotação nos últimos
dias, mas não basta", diz Márcio
Cunha, presidente da Arno.
No caso dos alimentos, a situação se repete. A importação de
commodities, como soja e trigo, é
cotada no dólar do dia. E o reajuste anterior desses itens ao consumidor -de 10% a 25%- não
compensou a valorização do dólar -de 51% de maio a outubro.
"Houve uma queda na cotação
do trigo nos últimos dias. Vamos
ver como fica", diz Lawrence Pih,
presidente do Moinho Pacífico.
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