São Paulo, terça-feira, 05 de novembro de 2002

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ANO DO DRAGÃO

Últimos aumentos se baseavam em dólar ainda cotado a R$ 3

Indústria planeja mais reajustes

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os preços têm subido fortemente nas últimas semanas, mas o consumidor já pode se preparar para mais inflação: a partir de novembro deve haver uma segunda rodada de reajustes para compensar a alta do dólar.
Fabricantes de alimentos e eletroeletrônicos finalizaram aumentos nos últimos dois meses com as redes varejistas. Mas essas elevações foram feitas com base no dólar a R$ 3, em média. Como a matéria-prima importada dessas mercadorias entrou no país com o dólar a R$ 3,80, em média, em outubro -e não há expectativa (por parte de alguns fabricantes) de o valor da moeda chegar a R$ 3 até o final deste mês-, novos reajustes devem acontecer.
O alerta já foi dado pelos fabricantes de óleo de soja, frango e aparelhos eletrônicos nas negociações com as redes de supermercados na última semana.
Fabricantes de geladeiras já pediram 15% de aumento neste mês. Já ocorreu um reajuste em julho.
Toda vez que são comprados insumos importados para o setor eletrônico, por exemplo, o fabricante paga a encomenda segundo a cotação do dólar no dia. Redes como Extra, Eletro e Lojas Cem, entretanto, não aceitaram pagar pelas mercadorias o preço sugerido com base nessa cotação.
A conta vai ter de ser paga pelo consumidor. "Será obrigatório um novo reajuste caso as coisas continuem como estão. Em geral, todos já aumentaram com base no dólar a R$ 3. Até já houve uma queda na cotação nos últimos dias, mas não basta", diz Márcio Cunha, presidente da Arno.
No caso dos alimentos, a situação se repete. A importação de commodities, como soja e trigo, é cotada no dólar do dia. E o reajuste anterior desses itens ao consumidor -de 10% a 25%- não compensou a valorização do dólar -de 51% de maio a outubro.
"Houve uma queda na cotação do trigo nos últimos dias. Vamos ver como fica", diz Lawrence Pih, presidente do Moinho Pacífico.


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