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INVESTIMENTOS
Rentabilidade média desses fundos já atinge 48,9% neste ano
Títulos da dívida dão ganho a Fiex
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A recuperação dos títulos da dívida externa brasileira tem favorecido um tipo de fundo de investimento ainda pouco difundido
no mercado. Além de estarem
com o maior patrimônio líquido
desde novembro de 2001, os Fiex
(Fundos de Investimentos no Exterior) são uma das poucas categorias com captação positiva neste ano.
Os Fiex são formados basicamente por papéis da dívida externa brasileira. No ano, até o último
dia 29, esses fundos deram rentabilidade média de 48,9%, segundo
dados da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento). O patrimônio líquido dos Fiex
cresceu 38% entre julho e outubro, chegando a R$ 522 milhões.
A captação líquida (aplicações
menos resgates) no ano está positiva em R$ 87 milhões.
"As aplicações em Fiex ainda representam uma parcela muito pequena dos investimentos em fundos. Há muito espaço para esses
fundos crescerem", avalia Marco
Antonio Sudano, diretor-executivo do Unibanco Asset Management.
Os riscos de se investir em um
Fiex são grandes. A rentabilidade
desses fundos varia de acordo
com a oscilação dos títulos da dívida que os compõem e a variação
do dólar. O gestor troca os reais
do investidor por dólares para
comprar os papéis da dívida, o
que funciona como uma espécie
de "hedge" (proteção) contra o
sobe-e-desce da moeda. O resgate
é feito em reais.
É possível investir em um Fiex a
partir de R$ 5.000. Como essa categoria de fundo é muito volátil,
os gestores aconselham o investimento para quem pretende manter as aplicações por prazos mais
longos. "O investidor tem de ter
em mente que esse tipo de fundo é
similar a uma aplicação em ações,
oscilando muito e rapidamente.
Por isso, não é indicado para
quem quer aplicar no curto prazo", diz Sinara Figueiredo, diretora-adjunta do Investment Center
do BankBoston.
As instituições têm de aplicar,
no mínimo, 60% da carteira em títulos da dívida externa (como os
C-Bonds). Depois de baterem no
fundo, os papéis da dívida brasileira têm mostrado fôlego para recuperação, o que pode tornar os
Fiex ainda mais atraentes. Em outubro, os C-Bonds -títulos da dívida brasileira mais negociados
no mercado externo- acumularam valorização de 19,5%. No
ano, os C-Bonds ainda amargam
perdas superiores a 20%.
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