São Paulo, terça-feira, 05 de novembro de 2002

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INVESTIMENTOS

Rentabilidade média desses fundos já atinge 48,9% neste ano

Títulos da dívida dão ganho a Fiex

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A recuperação dos títulos da dívida externa brasileira tem favorecido um tipo de fundo de investimento ainda pouco difundido no mercado. Além de estarem com o maior patrimônio líquido desde novembro de 2001, os Fiex (Fundos de Investimentos no Exterior) são uma das poucas categorias com captação positiva neste ano.
Os Fiex são formados basicamente por papéis da dívida externa brasileira. No ano, até o último dia 29, esses fundos deram rentabilidade média de 48,9%, segundo dados da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento). O patrimônio líquido dos Fiex cresceu 38% entre julho e outubro, chegando a R$ 522 milhões. A captação líquida (aplicações menos resgates) no ano está positiva em R$ 87 milhões.
"As aplicações em Fiex ainda representam uma parcela muito pequena dos investimentos em fundos. Há muito espaço para esses fundos crescerem", avalia Marco Antonio Sudano, diretor-executivo do Unibanco Asset Management.
Os riscos de se investir em um Fiex são grandes. A rentabilidade desses fundos varia de acordo com a oscilação dos títulos da dívida que os compõem e a variação do dólar. O gestor troca os reais do investidor por dólares para comprar os papéis da dívida, o que funciona como uma espécie de "hedge" (proteção) contra o sobe-e-desce da moeda. O resgate é feito em reais.
É possível investir em um Fiex a partir de R$ 5.000. Como essa categoria de fundo é muito volátil, os gestores aconselham o investimento para quem pretende manter as aplicações por prazos mais longos. "O investidor tem de ter em mente que esse tipo de fundo é similar a uma aplicação em ações, oscilando muito e rapidamente. Por isso, não é indicado para quem quer aplicar no curto prazo", diz Sinara Figueiredo, diretora-adjunta do Investment Center do BankBoston.
As instituições têm de aplicar, no mínimo, 60% da carteira em títulos da dívida externa (como os C-Bonds). Depois de baterem no fundo, os papéis da dívida brasileira têm mostrado fôlego para recuperação, o que pode tornar os Fiex ainda mais atraentes. Em outubro, os C-Bonds -títulos da dívida brasileira mais negociados no mercado externo- acumularam valorização de 19,5%. No ano, os C-Bonds ainda amargam perdas superiores a 20%.


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