São Paulo, terça-feira, 05 de novembro de 2002

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INVESTIMENTOS

FGTS poderá ser usado, mas não dá direito ao desconto de 5% para o investidor que pagar em dinheiro

BNDES lança plano de venda de ações do BB

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou ontem as regras da oferta de venda de 17,8% das ações do Banco do Brasil. Só quem adquirir com dinheiro os papéis terá desconto de 5%. O investidor também poderá usar até 50% do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), sem ter o mesmo benefício.
A oferta tem início hoje, quando os interessados poderão ir aos bancos para fazer a reserva do valor que pretendem comprar em ações. A reserva tem de ser feita até o dia 22 deste mês, quando se encerra a operação para o varejo.
Com a venda, o BNDES espera arrecadar R$ 1,3 bilhão -valor estimado com base no preço da ação do BB (R$ 10).
Hoje, o BB tem 7,2% de seu capital pulverizado no mercado só em ações ordinárias. Chegará a 25% com a oferta, com o objetivo de aderir ao Novo Mercado da Bovespa, que exige esse percentual mínimo.
Diferentemente das ofertas da Petrobras (agosto de 2000) e da Vale do Rio Doce (março de 2001), nas quais a maior parte das ações oferecidas ficou com investidores institucionais, o BNDES espera vender 70% dos papéis para pessoas físicas. Nas duas operações anteriores havia desconto para o uso do FGTS -20% e 5%, respectivamente.
"O principal público é o investidor de varejo. É uma oferta diferente. Não é global", disse o presidente do BNDES, Eleazar de Carvalho Filho. Por não ter seu balanço adaptado às regras internacionais, a oferta do BB ficou limitada ao mercado doméstico.
Ao justificar a retirada do desconto para o FGTS, Carvalho afirmou que "cresceu muito" o número de pessoas interessadas nas ofertas de ações do governo. Citou o caso da Vale, cuja demanda superou em mais de três vezes o limite para o uso do FGTS.
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) já aprovou 18 fundos de FGTS, cujas taxas de administração variam de 0,85% a 2,2% ao ano.
Segundo Carvalho, a operação deveria ter ocorrido em meados deste ano, mas a volatilidade do mercado financeiro à época impediu sua realização. "Agora as condições melhoraram bastante. As incertezas de natureza eleitoral se dissiparam e o investidor já vê perspectivas melhores."
O presidente do BNDES afirmou que a equipe de transição do PT foi informada previamente do lançamento da operação do Banco do Brasil. Afirmou, porém, que não participou com nenhuma sugestão.


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