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INVESTIMENTOS
FGTS poderá ser usado, mas não dá direito ao desconto de 5% para o investidor que pagar em dinheiro
BNDES lança plano de venda de ações do BB
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) anunciou ontem as regras
da oferta de venda de 17,8% das
ações do Banco do Brasil. Só
quem adquirir com dinheiro os
papéis terá desconto de 5%. O investidor também poderá usar até
50% do saldo do FGTS (Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço),
sem ter o mesmo benefício.
A oferta tem início hoje, quando
os interessados poderão ir aos
bancos para fazer a reserva do valor que pretendem comprar em
ações. A reserva tem de ser feita
até o dia 22 deste mês, quando se
encerra a operação para o varejo.
Com a venda, o BNDES espera
arrecadar R$ 1,3 bilhão -valor
estimado com base no preço da
ação do BB (R$ 10).
Hoje, o BB tem 7,2% de seu capital pulverizado no mercado só
em ações ordinárias. Chegará a
25% com a oferta, com o objetivo
de aderir ao Novo Mercado da
Bovespa, que exige esse percentual mínimo.
Diferentemente das ofertas da
Petrobras (agosto de 2000) e da
Vale do Rio Doce (março de
2001), nas quais a maior parte das
ações oferecidas ficou com investidores institucionais, o BNDES
espera vender 70% dos papéis para pessoas físicas. Nas duas operações anteriores havia desconto
para o uso do FGTS -20% e 5%,
respectivamente.
"O principal público é o investidor de varejo. É uma oferta diferente. Não é global", disse o presidente do BNDES, Eleazar de Carvalho Filho. Por não ter seu balanço adaptado às regras internacionais, a oferta do BB ficou limitada
ao mercado doméstico.
Ao justificar a retirada do desconto para o FGTS, Carvalho afirmou que "cresceu muito" o número de pessoas interessadas nas
ofertas de ações do governo. Citou o caso da Vale, cuja demanda
superou em mais de três vezes o
limite para o uso do FGTS.
A CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) já aprovou 18 fundos
de FGTS, cujas taxas de administração variam de 0,85% a 2,2% ao
ano.
Segundo Carvalho, a operação
deveria ter ocorrido em meados
deste ano, mas a volatilidade do
mercado financeiro à época impediu sua realização. "Agora as
condições melhoraram bastante.
As incertezas de natureza eleitoral
se dissiparam e o investidor já vê
perspectivas melhores."
O presidente do BNDES afirmou que a equipe de transição do
PT foi informada previamente do
lançamento da operação do Banco do Brasil. Afirmou, porém, que
não participou com nenhuma sugestão.
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