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PAPEL E CELULOSE
Empresa tem R$ 1,17 bi a pagar no trimestre
Klabin negocia com bancos acordo de até R$ 1,2 bi para quitar dívidas
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Klabin informou ontem, em
teleconferência com analistas de
mercado, que está fechando um
acordo com bancos a fim de obter
financiamento para quitar suas
dívidas de curto prazo. Analistas
ouvidos pela Folha estimam que
o "empréstimo-ponte" em negociação chegará a R$ 1,2 bilhão.
Ontem a Klabin deixou de pagar US$ 50 milhões em eurobonds a investidores internacionais. Na sexta a empresa não pagou R$ 115 milhões em debêntures, que estão em poder de bancos
locais e venceram naquela data.
No dia 28 de dezembro vencem
mais US$ 60 milhões em eurobonds e, segundo analistas, a empresa não tem dinheiro em caixa
para honrar seus compromissos
de curto prazo.
Dados do balanço do terceiro
trimestre mostram que a Klabin
tem R$ 1,17 bilhão de dívidas vencendo neste trimestre. Desse total,
76,8% são em moeda estrangeira.
"Firmamos um acordo com bancos para a reestruturação da dívida e devemos assiná-lo nesta semana", disse Miguel Sampol Pou,
diretor-geral da empresa, durante
a teleconferência, conforme relato de analistas.
"O financiamento novo que a
empresa diz estar fechando deve
ser nesse montante [R$ 1,17 bilhão]", diz Catarina Pedrosa, analista do BBV Banco. Segundo a
analista, a direção da empresa não
forneceu detalhes sobre o acordo
que está costurando com um pool
de bancos nem qual é o montante
do empréstimo.
Procurada pela Folha, a empresa informou, por meio de sua assessoria, que não comentará o
acordo com os bancos. Informou,
ainda, que "iniciará procedimentos para efetivar o resgate dos eurobonds que vencem hoje [ontem] e os eurobonds que vencem
em 28 de dezembro serão pagos
no vencimento".
Câmbio
Foi a disparada do câmbio que
afetou a Klabin neste ano. Com
um endividamento elevado -de
R$ 3,2 bilhões no total-, 67% dos
débitos são em moeda estrangeira. Essa estrutura da dívida pressionou os custos financeiros da
empresa.
As despesas financeiras somaram R$ 561 milhões no terceiro
trimestre, 75% desse montante
resultado da desvalorização do
real. "O maior problema da empresa foi a alta do dólar, pois seu
endividamento em moeda estrangeira é muito alto", diz Luiz
Paulo Foggetti, analista da Fator
Doria Atherino.
Novos vencimentos
No próximo ano vence R$ 1,19
bilhão, do qual 70% são denominados em moeda estrangeira. No
acordo em discussão com bancos,
de acordo com analistas, a empresa estaria tentando transformar
parte da dívida dolarizada em
reais. A empresa estuda, ainda, a
venda de ativos, que gerariam um
reforço de caixa de cerca de US$
300 milhões.
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