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São Paulo, quarta-feira, 05 de novembro de 2003

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Lessa critica política contracionista do governo

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, defendeu ontem a revisão, pelo governo, da meta de atingir 4,25% do PIB de superávit primário (receitas menos despesas, exceto juros) nos próximos anos.
Lessa disse acreditar que a política contracionista do governo "respondeu à idéia de afastar o córner [analogia à situação na qual um boxeador está acuado]" ao qual o país estava submetido. O córner seria resultado da crise de confiança que se desencadeou no período anterior à eleição presidencial de outubro de 2002. "Agora, não é possível afastar o córner eternamente", afirmou.
Um dos principais defensores dentro do governo do aumento dos gastos públicos como alavanca para a retomada do desenvolvimento econômico, Lessa usou o regime salazarista português (menção a António de Oliveira Salazar, líder do regime totalitário entre 1932 e 1968) como referência para criticar o apego aos fundamentos macroeconômicos.
"Se houve um governante que respeitou os fundamentos macroeconômicos, foi o Salazar. Durante seu período, as contas públicas sempre foram superavitárias." Mas, disse Lessa, o país não cresceu, e o período foi marcado pelo êxodo da juventude em busca de emprego. "Portugal de Salazar não foi a lugar nenhum. Perfeito equilíbrio macroeconômico e zero de crescimento."


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