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Lessa critica política contracionista do governo
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Carlos Lessa, defendeu ontem a revisão, pelo
governo, da meta de atingir 4,25%
do PIB de superávit primário (receitas menos despesas, exceto juros) nos próximos anos.
Lessa disse acreditar que a política contracionista do governo
"respondeu à idéia de afastar o
córner [analogia à situação na
qual um boxeador está acuado]"
ao qual o país estava submetido.
O córner seria resultado da crise
de confiança que se desencadeou
no período anterior à eleição presidencial de outubro de 2002.
"Agora, não é possível afastar o
córner eternamente", afirmou.
Um dos principais defensores
dentro do governo do aumento
dos gastos públicos como alavanca para a retomada do desenvolvimento econômico, Lessa usou o
regime salazarista português
(menção a António de Oliveira
Salazar, líder do regime totalitário
entre 1932 e 1968) como referência para criticar o apego aos fundamentos macroeconômicos.
"Se houve um governante que
respeitou os fundamentos macroeconômicos, foi o Salazar. Durante seu período, as contas públicas sempre foram superavitárias." Mas, disse Lessa, o país não
cresceu, e o período foi marcado
pelo êxodo da juventude em busca de emprego. "Portugal de Salazar não foi a lugar nenhum. Perfeito equilíbrio macroeconômico
e zero de crescimento."
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