São Paulo, domingo, 05 de novembro de 2006

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Mercado Aberto

@ - Guilherme Barros

Governo prepara plano para conter aumento de despesas

A atual equipe econômica do governo está preparando um plano de contenção de despesas com o objetivo de frear o aumento de gastos públicos. Sem esse plano, o governo acha que será muito difícil atrair investimentos para o país crescer 5% em 2007, um índice considerado fundamental para o governo cumprir a meta de 4,25% do PIB de superávit primário no ano que vem.
A adoção de um plano de contenção de despesas foi definida pela equipe econômica após chegar à conclusão de que seria impossível promover um corte substancial dos gastos. As despesas são muito rígidas e os espaços para fazer algum corte são mínimos.
Além disso, a opção de fazer um anúncio de um corte profundo nos gastos poderia ser ineficaz e gerar um efeito negativo. O mercado poderia considerar irrealista, e isso comprometeria a imagem do governo.
A idéia de reduzir o ritmo da despesa, na opinião da equipe econômica, pode ter um efeito melhor sobre as expectativas.
As despesas do governo central cresceram a taxas anuais de 9% nos últimos dois anos, um índice considerado extremamente elevado e que coloca em risco a meta de 4,25% do PIB de superávit primário para 2007.
O plano do governo é criar regras de reajuste em diversos setores, inclusive para o salário mínimo. O importante será determinar que os reajustes, a partir de 2007, sejam inferiores à expansão do PIB. Para alcançar a meta de superávit primário, o governo considera imprescindível que a expansão do PIB alcance 5% no ano que vem.
A equipe econômica sabe, no entanto, que só o plano não será suficiente para atrair o volume de investimentos necessários para alcançar o crescimento desejado em 2007. São necessárias outras medidas.
A principal é o corte de juros, o que explica a queda-de-braço entre diferentes setores do governo com o Banco Central. Uma freada no corte da Selic pode ser fatal nas pretensões de crescer 5% no ano que vem.
Outra medida em estudo, que pode ser anunciada junto com o plano de contenção de despesas, é a de um novo pacote de desoneração de impostos para incentivos a investimentos. Uma proposta de reforma tributária, com o objetivo de simplificar os impostos, também pode ser apresentada com o mesmo objetivo de criar expectativas positivas que favoreçam o investimento.
O que já é consenso na equipe econômica, no entanto, independentemente de quem for o escolhido por Lula para a Fazenda e o Banco Central, é que 2007 será duro e que não permitirá ao governo ser tão generoso como foi nesses dois últimos anos.

CINDERELA

Seguindo os passos da mãe, Ana Rita Piva de Albuquerque -que produz sapatos para a Daslu há mais de 20 anos-, Juliana e Fernanda Piva de Albuquerque inauguram, na quinta, uma nova marca de sapatos: a Bella Piva, no shopping Morumbi. Há cinco anos elas comandam a Pollignanno Al Mare, que tem uma loja na Daslu e a outra, que foi inaugurada no mês passado, fica na rua Oscar Freire, em São Paulo. A Pollignanno Al Mare exporta sapatos artesanais para EUA, Espanha, México, Alemanha e Cingapura há dois anos. "Os sapatos são todos feitos à mão. É até difícil encontrar mão-de-obra", diz Fernanda. Com cerca de 50 funcionários, a capacidade de produção da loja é de cem pares por dia.

NO AZUL

A compra da Inco pela Vale terá reflexos positivos no balanço da Previ. O fundo é o maior acionista da Vale e participa na mineradora por uma empresa chamada Litel. As projeções indicam que a Previ fechará o ano com um superávit de R$ 27 bilhões. Será o quarto ano consecutivo de resultado positivo do fundo. Em 2005, o superávit da Previ foi de R$ 18,9 bilhões. Por conta disso, no começo do ano, reduziu as contribuições dos associados e do banco em 40%. Neste ano, só com a reavaliação da participação da Litel na Vale, a Previ ganhou cerca de R$ 5 bilhões.

ENERGIA ITALIANA

João Guilherme Sabino Ometto, vice-presidente da Fiesp, foi convidado pelos europeus a voltar ainda neste mês à Itália para falar sobre modelos alternativos de energia, como etanol e biomassa. Dono de usina, Ometto deverá reiterar aos italianos a cobrança de que tomem posições mais firmes em relação aos subsídios agrícolas impostos pela França. Para ele, outra grande dificuldade para atingir os mercados externos é a obtenção de crédito: "Na Europa, 20% das empresas morrem depois de dois anos de funcionamento. No Brasil, o percentual é de 60%", diz.

GPS EM ÁUDIO

A Hertz acaba de equipar sua frota de São Paulo, do Rio e de Belo Horizonte com navegador de bordo GPS com voz eletrônica. Trata-se de um equipamento portátil que traça rotas e indica verbalmente o caminho a seguir durante o percurso. O aparelho tem tela LCD de 3,5 polegadas e pesa 178 gramas.

SONHO MEU

A Claro quer disputar a liderança do mercado de celulares e está disposta a entrar em uma negociação complexa para comprar a Telemig Celular, hoje sob a gestão dos fundos de pensão e do Citibank.

ANOS 80

A Nestlé vai trazer de volta o Deditos, biscoito da década de 80, em embalagem maior. A marca também acaba de lançar o biscoito Negresco Eclipse. A expectativa é aumentar em 15% as vendas da marca Negresco.

EXPOMANAGEMENT

De amanhã a quarta-feira acontece em São Paulo o ExpoManagement 2006, que reúne importantes líderes e pensadores do mundo empresarial. Entre os palestrantes estarão Jack Welch, ex-CEO da GE, Stephen Covey, co-fundador da Franklin Covey, Robert Kaplan, professor de Harvard Business School, Luiz Felipe Scolari, técnico da seleção brasileira de futebol que venceu a Copa de 2002, e Luís Frias, presidente do Grupo Folha. O evento será no Transamérica Expo Center e é restrito às pessoas que se inscreveram até a semana passada.

PROPAGANDA EMBALADA

Com a lei que proíbe outdoors, painéis eletrônicos e faixas a partir do próximo ano em São Paulo, as agências de publicidade já começaram a se movimentar. Longe da mídia externa, a agência Mira-Mídia Alternativa vai transformar videolocadoras em veículo de comunicação. Ela fechou contrato com as principais da cidade para veicular propagandas dentro das embalagens dos filmes alugados. "É um veículo útil para o anunciante, que toma emprestado a credibilidade da rede de locadoras e pode segmentar a ação por bairro", diz o sócio Rogério de Moraes.


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