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Mercado Aberto
@ - Guilherme Barros
Governo prepara plano para conter aumento de despesas
A atual equipe econômica do
governo está preparando um
plano de contenção de despesas com o objetivo de frear o aumento de gastos públicos. Sem
esse plano, o governo acha que
será muito difícil atrair investimentos para o país crescer 5%
em 2007, um índice considerado fundamental para o governo
cumprir a meta de 4,25% do
PIB de superávit primário no
ano que vem.
A adoção de um plano de
contenção de despesas foi definida pela equipe econômica
após chegar à conclusão de que
seria impossível promover um
corte substancial dos gastos. As
despesas são muito rígidas e os
espaços para fazer algum corte
são mínimos.
Além disso, a opção de fazer
um anúncio de um corte profundo nos gastos poderia ser
ineficaz e gerar um efeito negativo. O mercado poderia considerar irrealista, e isso comprometeria a imagem do governo.
A idéia de reduzir o ritmo da
despesa, na opinião da equipe
econômica, pode ter um efeito
melhor sobre as expectativas.
As despesas do governo central cresceram a taxas anuais de
9% nos últimos dois anos, um
índice considerado extremamente elevado e que coloca em
risco a meta de 4,25% do PIB de
superávit primário para 2007.
O plano do governo é criar regras de reajuste em diversos setores, inclusive para o salário
mínimo. O importante será determinar que os reajustes, a
partir de 2007, sejam inferiores
à expansão do PIB. Para alcançar a meta de superávit primário, o governo considera imprescindível que a expansão do
PIB alcance 5% no ano que
vem.
A equipe econômica sabe, no
entanto, que só o plano não será suficiente para atrair o volume de investimentos necessários para alcançar o crescimento desejado em 2007. São necessárias outras medidas.
A principal é o corte de juros,
o que explica a queda-de-braço
entre diferentes setores do governo com o Banco Central.
Uma freada no corte da Selic
pode ser fatal nas pretensões de
crescer 5% no ano que vem.
Outra medida em estudo, que
pode ser anunciada junto com
o plano de contenção de despesas, é a de um novo pacote de
desoneração de impostos para
incentivos a investimentos.
Uma proposta de reforma tributária, com o objetivo de simplificar os impostos, também
pode ser apresentada com o
mesmo objetivo de criar expectativas positivas que favoreçam
o investimento.
O que já é consenso na equipe econômica, no entanto, independentemente de quem for
o escolhido por Lula para a Fazenda e o Banco Central, é que
2007 será duro e que não permitirá ao governo ser tão generoso como foi nesses dois últimos anos.
CINDERELA
Seguindo os passos da mãe, Ana Rita Piva de Albuquerque -que produz sapatos para a Daslu há mais de 20
anos-, Juliana e Fernanda Piva de Albuquerque inauguram, na quinta, uma nova marca de sapatos: a Bella Piva,
no shopping Morumbi. Há cinco anos elas comandam a
Pollignanno Al Mare, que tem uma loja na Daslu e a outra, que foi inaugurada no mês passado, fica na rua Oscar
Freire, em São Paulo. A Pollignanno Al Mare exporta sapatos artesanais para EUA, Espanha, México, Alemanha e
Cingapura há dois anos. "Os sapatos são todos feitos à
mão. É até difícil encontrar mão-de-obra", diz Fernanda.
Com cerca de 50 funcionários, a capacidade de produção
da loja é de cem pares por dia.
NO AZUL
A compra da Inco pela Vale terá reflexos positivos no
balanço da Previ. O fundo é o
maior acionista da Vale e
participa na mineradora por
uma empresa chamada Litel. As projeções indicam
que a Previ fechará o ano
com um superávit de R$ 27
bilhões. Será o quarto ano
consecutivo de resultado
positivo do fundo. Em 2005,
o superávit da Previ foi de
R$ 18,9 bilhões. Por conta
disso, no começo do ano, reduziu as contribuições dos
associados e do banco em
40%. Neste ano, só com a
reavaliação da participação
da Litel na Vale, a Previ ganhou cerca de R$ 5 bilhões.
ENERGIA ITALIANA
João Guilherme Sabino
Ometto, vice-presidente da
Fiesp, foi convidado pelos
europeus a voltar ainda neste mês à Itália para falar sobre modelos alternativos de
energia, como etanol e biomassa. Dono de usina,
Ometto deverá reiterar aos
italianos a cobrança de que
tomem posições mais firmes
em relação aos subsídios
agrícolas impostos pela
França. Para ele, outra grande dificuldade para atingir
os mercados externos é a obtenção de crédito: "Na Europa, 20% das empresas morrem depois de dois anos de
funcionamento. No Brasil, o
percentual é de 60%", diz.
GPS EM ÁUDIO
A Hertz acaba de equipar sua frota de São Paulo, do Rio e de
Belo Horizonte com navegador de bordo GPS com voz eletrônica. Trata-se de um equipamento portátil que traça rotas e
indica verbalmente o caminho a seguir durante o percurso. O
aparelho tem tela LCD de 3,5 polegadas e pesa 178 gramas.
SONHO MEU
A Claro quer disputar a liderança do mercado de celulares e está disposta a entrar
em uma negociação complexa para comprar a Telemig
Celular, hoje sob a gestão
dos fundos de pensão e do
Citibank.
ANOS 80
A Nestlé vai trazer de volta
o Deditos, biscoito da década de 80, em embalagem
maior. A marca também
acaba de lançar o biscoito
Negresco Eclipse. A expectativa é aumentar em 15% as
vendas da marca Negresco.
EXPOMANAGEMENT
De amanhã a quarta-feira
acontece em São Paulo o ExpoManagement 2006, que
reúne importantes líderes e
pensadores do mundo empresarial. Entre os palestrantes estarão Jack Welch,
ex-CEO da GE, Stephen Covey, co-fundador da Franklin Covey, Robert Kaplan,
professor de Harvard Business School, Luiz Felipe
Scolari, técnico da seleção
brasileira de futebol que
venceu a Copa de 2002, e
Luís Frias, presidente do
Grupo Folha. O evento será
no Transamérica Expo Center e é restrito às pessoas
que se inscreveram até a semana passada.
PROPAGANDA EMBALADA
Com a lei que proíbe outdoors, painéis eletrônicos e faixas a partir do próximo ano em São Paulo, as agências de
publicidade já começaram a se movimentar. Longe da mídia externa, a agência Mira-Mídia Alternativa vai transformar videolocadoras em veículo de comunicação. Ela
fechou contrato com as principais da cidade para veicular
propagandas dentro das embalagens dos filmes alugados.
"É um veículo útil para o anunciante, que toma emprestado a credibilidade da rede de locadoras e pode segmentar
a ação por bairro", diz o sócio Rogério de Moraes.
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