São Paulo, quinta, 5 de novembro de 1998

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MERCADO FINANCEIRO

BC segura juro; Bolsa sobe 17% em três dias

da Reportagem Local

O Banco Central segurou ontem a alta dos juros no over, o mercado por um dia. "Deu um sinal claro de que, caso o Congresso aprove as medidas de ajuste, as taxas vão cair", disse André Penalva, do Patrimônio. "O BC está indicando que os juros chegaram no limite de alta", disse Joaquim Paulo Kokudai, do Lloyds.
Desde que aumentou o teto dos juros no over para 49,75% ao ano, no dia 10 de setembro, o BC vem atuando no mercado, elevando os juros gradualmente.
Ontem, tomou recursos a 42,80% ao ano às 9h22, contra 42,70% anteontem. Logo depois, às 9h50, pegou emprestado por taxas menores, de 42,75% ao ano.
O movimento, apesar de sutil, mostra a busca de uma nova trajetória. Derrubou os juros nos negócios por um dia entre bancos, de 42,34% ao ano anteontem para 41,90%. Analistas prevêem juros de 30% ao ano no final de 98.
As expectativas de aprovação rápida dos três destaques da reforma da Previdência continuaram a animar os investidores, que não desviavam atenções do Congresso.
A Bolsa de Valores de São Paulo subiu 1,95%, acumulando alta de 17,08% desde a sexta-feira.
O dólar comercial perdeu valor no mercado à vista (0,058%) com a entrada de recursos por parte do Santander e do Citibank. O ABN-Amro, que comprou o Banco Real, trouxe US$ 163 milhões.
Até as 19h30, o mercado de dólar comercial registrada saldo negativo de US$ 16 milhões e o de dólar flutuante, um segmento do dólar turismo, de US$ 65 milhões. O fluxo estava negativo em US$ 81 milhões ontem, contra US$ 80 milhões anteontem.
O BC alterou a minibanda cambial, a faixa informal de variação do câmbio, valorizando o dólar em 0,09% no piso e no teto.
Nos mercados futuros, as projeções de desvalorização do real despencaram. Os contratos para vencimento em fevereiro passaram a projetar valorização de 1,39% ao mês do dólar ontem, contra 1,45% anteontem.
Bancos deixaram de procurar "hedge" (proteção) no mercado futuro para comprar os títulos com variação cambial que o BC ofereceu em leilão extraordinário. Os R$ 600 milhões em NBC-Es de vencimento em 17 de janeiro saíram com taxas máximas de 12,99% ao ano e de 12,67% na média. (CRISTIANE PERINI LUCCHESI)


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