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MERCADO FINANCEIRO
BC segura juro; Bolsa sobe 17% em três dias
da Reportagem Local
O Banco Central segurou ontem
a alta dos juros no over, o mercado por um dia. "Deu um sinal
claro de que, caso o Congresso
aprove as medidas de ajuste, as taxas vão cair", disse André Penalva, do Patrimônio. "O BC está
indicando que os juros chegaram
no limite de alta", disse Joaquim
Paulo Kokudai, do Lloyds.
Desde que aumentou o teto dos
juros no over para 49,75% ao ano,
no dia 10 de setembro, o BC vem
atuando no mercado, elevando os
juros gradualmente.
Ontem, tomou recursos a
42,80% ao ano às 9h22, contra
42,70% anteontem. Logo depois,
às 9h50, pegou emprestado por taxas menores, de 42,75% ao ano.
O movimento, apesar de sutil,
mostra a busca de uma nova trajetória. Derrubou os juros nos negócios por um dia entre bancos, de
42,34% ao ano anteontem para
41,90%. Analistas prevêem juros
de 30% ao ano no final de 98.
As expectativas de aprovação rápida dos três destaques da reforma
da Previdência continuaram a animar os investidores, que não desviavam atenções do Congresso.
A Bolsa de Valores de São Paulo
subiu 1,95%, acumulando alta de
17,08% desde a sexta-feira.
O dólar comercial perdeu valor
no mercado à vista (0,058%) com
a entrada de recursos por parte do
Santander e do Citibank. O
ABN-Amro, que comprou o Banco Real, trouxe US$ 163 milhões.
Até as 19h30, o mercado de dólar
comercial registrada saldo negativo de US$ 16 milhões e o de dólar
flutuante, um segmento do dólar
turismo, de US$ 65 milhões. O fluxo estava negativo em US$ 81 milhões ontem, contra US$ 80 milhões anteontem.
O BC alterou a minibanda cambial, a faixa informal de variação
do câmbio, valorizando o dólar
em 0,09% no piso e no teto.
Nos mercados futuros, as projeções de desvalorização do real despencaram. Os contratos para vencimento em fevereiro passaram a
projetar valorização de 1,39% ao
mês do dólar ontem, contra 1,45%
anteontem.
Bancos deixaram de procurar
"hedge" (proteção) no mercado
futuro para comprar os títulos
com variação cambial que o BC
ofereceu em leilão extraordinário.
Os R$ 600 milhões em NBC-Es de
vencimento em 17 de janeiro saíram com taxas máximas de
12,99% ao ano e de 12,67% na média.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)
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