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EM TRANSE
Remessas pela CC-5 totalizam US$ 158 mi, ante US$ 1,725 bi em outubro; no final do mês saldo ficou positivo
Fuga de dólares cai 90,8% em novembro
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Passadas as eleições, as remessas de dólares para o exterior despencaram em novembro, segundo o Banco Central. No mês passado, as saídas de recursos feitas
por meio das contas CC-5 totalizaram US$ 158 milhões, queda de
90,8% sobre o US$ 1,725 bilhão
que deixou o país em outubro.
Em novembro de 2001, as remessas somaram US$ 453 milhões.
Já é possível até ver alguns sinais, ainda que fracos, de que os
dólares enviados para o exterior
ao longo de 2002 podem voltar ao
país. Entre os dias 26 e 30 de novembro, houve, por meio das CC-5, um ingresso líquido de US$ 231
milhões no país.
CC-5 é o nome genérico dado às
remessas de dólares feitas ao exterior sem que haja a necessidade
de informar ao BC os motivos da
operação. Esse é o instrumento
mais usado, nas horas de crise,
por pessoas e empresas que queiram enviar dinheiro para fora.
Nos demais mecanismos legais
existentes, é preciso explicar ao
BC o porquê da remessa -pagamento de importações, remessa
de lucros, pagamento de juros,
gastos com viagens internacionais, entre outras operações.
Entre janeiro e outubro, US$
8,574 bilhões deixaram o país por
meio das CC-5, o dobro das remessas feitas no mesmo período
do ano passado. Atribuiu-se esse
resultado ao receio dos investidores sobre os rumos que a economia brasileira poderia tomar após
as eleições presidenciais.
O ingresso de dólares ocorrido
na semana passada pode ser um
primeiro sinal de que aqueles que
enviaram dinheiro para o exterior
neste ano podem começar a trazer seus recursos de volta ao país.
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