São Paulo, terça-feira, 05 de dezembro de 2006

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Mercado Aberto

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

Só promoção não retém um executivo

Não basta a promoção de um executivo para um cargo com nome pomposo para retê-lo na empresa. O incrível é que esse "truque" é mais comum do que se imagina.
Segundo pesquisa feita pela consultoria Korn/Ferry com executivos de dez países, inclusive o Brasil, para cerca de 85% dos executivos entrevistados, apenas a "promoção" para um cargo com nome mais pomposo não é razão suficiente para mantê-lo no emprego.
De acordo com o trabalho, quatro em cada dez dos participantes (42%) observaram que há, nas empresas, um aumento na prática desse tipo de promoção. Mais de um terço dos pesquisados (36%) declarou que recebeu uma promoção nos últimos dois anos.
Não falta criatividade às empresas. A pesquisa listou alguns dos nomes mais pomposos que surgem a cada nova promoção. Entre eles, "chefe de torcida", "dirigente encarregado da motivação", "diretor de decisões", "diretor das primeiras impressões", "gerente de mudanças de processo" e "gerente-geral subordinado ao gerente-geral".
Segundo Flávio Kosminsky, sócio da Korn/Ferry, na verdade, o grande segredo para segurar um bom funcionário é tratá-lo como se fosse perdê-lo. "Dar treinamento, mantê-lo atualizado e competitivo. Aumentar suas responsabilidades", diz. "A idéia é sempre dar atribuições sérias, valorizar a pessoa."
Kosminsky diz que, apesar de correta, essa estratégia pode ser vista como "perigosa" pelas empresas, já que sempre existe o temor de investir muito em um executivo que pode deixar a companhia sem dar o retorno esperado. É, na verdade, um risco a ser assumido. "O funcionário, por outro lado, pode se perguntar por que deixar uma empresa que o valoriza e capacita", afirma.
O consultor acredita que as empresas líderes de mercado já usam essa estratégia, mas, de maneira geral, isso ainda não é tão comum entre as demais. "Desenvolver pessoas não é tarefa fácil. E a promoção é uma pirâmide. Cada degrau mais alto é mais estreito", diz.

NA MODA

Tratar grandes empresas como se fossem marcas de moda é a estratégia desenvolvida pela consultora de imagem Ana Lúcia Zambon para seus clientes de varejo de alto valor agregado. A Claro é um exemplo disso. Para a tele, Zambon desenvolveu o projeto Claro A, que cria um elo de comunicação com o público formador de opinião, por meio de mensagens com dicas sobre eventos e consumo, e oferece aparelhos celulares não disponíveis no mercado nacional. "Preocupei-me com o conteúdo e com o atendimento", afirma a consultora. No projeto, há ainda as figuras do "persona mobile", um consultor que vai até a casa ou escritório do cliente para ensinar todos os recursos tecnológicos do aparelho, e do "concierge", que esclarece dúvidas sobre tecnologia, serviços, entre outras.

EM EBULIÇÃO
Deu no "Le Monde" que a economia da Noruega está em ebulição. O país não vive desemprego nem inflação. A taxa de desemprego caiu, em novembro, para 2,1%, seu nível mais baixo em 18 anos- o desemprego está em baixa constante há 13 meses no país escandinavo, que não tem mais que 50.200 desempregados por 4,6 milhões de habitantes. A inflação, no entanto, continua em queda. Mesmo entre os imigrantes já há declínio do desemprego.

NOVO CENTRO
Será lançado, hoje, em Brasília, o Ceat-Brasil (Centro de Estudos Avançados de Direito Tributário e Finanças Públicas do Brasil), uma entidade de pesquisa sem fins lucrativos, com missão de empreender estudos sobre temas como política fiscal, burocracia e concorrência. Será presidido por Mary Elbe Queiroz, uma das formuladoras da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, aprovada na Câmara. Mary Elbe, por sinal, tem várias críticas ao texto aprovado.

Empresa abre loja no exterior e fábrica no Brasil

A Ornare, grife brasileira de móveis, abre, nesta semana, sua primeira loja no exterior. A empresa, presente em capitais brasileiras, inicia, em Miami, sua expansão para fora do país. "Nos próximos cinco anos o projeto é abrir mais cinco lojas nos principais pontos de desenvolvimento imobiliário dos EUA", diz o presidente, Murillo Schattan. Segundo ele, também há planos de inaugurar uma operação no México. No Brasil, a empresa acaba de iniciar uma nova fábrica em Cotia (SP), que vai oferecer suporte a outro lançamento da Ornare. Uma nova marca está em processo para ser registrada e vai iniciar o grupo -que atualmente produz peças para sala e quarto- na fabricação de móveis para cozinha.

LANÇAMENTO
Será lançado amanhã, na sede da Fiesp, o livro "Mineração no Brasil: Augusto Antunes, o homem que realizava" (Léo Christiano Editorial), o primeiro de uma série a ser produzida pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração). O livro trata da vida e da obra de Augusto Trajano de Azevedo Antunes, o fundador da Caemi. O lançamento comemora o centenário de Azevedo Antunes, que revolucionou a indústria da mineração no Brasil.

UMA DOSE
A multinacional francesa Pernod Ricard traz para o mercado brasileiro três sabores da vodca polonesa Wyborowa: rosa, laranja e maçã. As versões com sabores estarão disponíveis, a partir de dezembro, em garrafas de 700 ml, em lojas de São Paulo e do Rio. A expectativa da Pernod Ricard é que as versões aromatizadas de Wyborowa representem 5% do faturamento total da marca no período de julho de 2006 a junho de 2007.

GUERRA FISCAL
A guerra fiscal explica em parte o fato de SP ter perdido terreno no PIB. O ICMS paulista é um entrave para a segunda fase de expansão da PQU (Petroquímica União), um investimento de R$ 3 bilhões. A empresa, controlada pela família Geyer, defende redução de 18% para 12%. A PQU alega que não é pedir muito, já que, na Bahia, por exemplo, o percentual do ICMS cai, com todos os descontos, para 5%, e, no Rio, no novo complexo petroquímico do Estado, para zero.


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