São Paulo, terça-feira, 05 de dezembro de 2006

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Lucro da CEF sobe 57% de janeiro a setembro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Caixa Econômica Federal teve lucro de R$ 589,856 milhões no terceiro trimestre, elevando para R$ 1,934 bilhão o resultado acumulado entre janeiro e setembro deste ano. O valor é 57% maior do que nos nove meses iniciais de 2005.
Apesar do crescimento, os ganhos da Caixa continuam abaixo dos números dos maiores bancos do país. O Banco do Brasil, por exemplo, lucrou R$ 4,796 bilhões entre janeiro e setembro deste ano.
Em geral, a rentabilidade da Caixa costuma ficar abaixo do desempenho de seus principais concorrentes. Isso se deve ao menor retorno proporcionado pela sua carteira de crédito, composta, em boa parte, por empréstimos habitacionais -cujas taxas de juros são controladas pelo governo.
Ao todo, a Caixa possuía, em setembro, um saldo de empréstimos de R$ 44,322 bilhões, crescimento de 25% ante setembro de 2005. As receitas obtidas pelo banco estatal com os juros de seus financiamentos totalizaram R$ 6,558 bilhões neste ano, aumento de 21,4%.
O faturamento alcançado com as aplicações em títulos públicos, por sua vez, chegou a R$ 11,536 bilhões neste ano. A receita obtida pela Caixa com esse tipo de investimento ainda é alta porque a estatal recebeu um grande volume de papéis do Tesouro Nacional em 2001, quando houve um socorro bilionário do governo federal.
Já o lucro alcançado pelo setor bancário como um todo, segundo levantamento do Banco Central, chegou a R$ 5,919 bilhões no terceiro trimestre, 15% a menos do que no mesmo período de 2005.
Essa queda se deve aos ajustes contábeis feitos por grandes bancos nos seus últimos balanços. O Itaú, por exemplo, abateu de seu lucro o ágio pago na aquisição do BankBoston.
Ágio é o nome para a diferença entre o valor de cada ação de determinada instituição financeira (nesse caso, o BankBoston) e o montante efetivamente pago pelo banco que o adquirir (no caso, o Itaú). Esse ágio é contabilizado como despesa e, por isso, reduz os lucros.
Além do Itaú, Bradesco e Unibanco adotaram esse procedimento no terceiro trimestre, abatendo o ágio pago por aquisições recentes. Isso afetou negativamente os lucros do setor financeiro como um todo.
Apesar disso, os ganhos acumulados pelos bancos entre janeiro e setembro continuaram crescendo. Nos primeiros nove meses de 2006, o lucro do setor financeiro foi de R$ 23,686 bilhões, 21% a mais do que no mesmo período de 2005.


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