São Paulo, terça-feira, 05 de dezembro de 2006

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Brasil é mais injusto da AL, afirma Cepal

Desigualdade e pobreza extrema caem, mas país continua a liderar ranking de desigualdade da região

DA REDAÇÃO

A concentração de riqueza no Brasil diminuiu em 2005 em relação a 2001, mas o país continua sendo o mais injusto da América Latina. A desigualdade brasileira caiu 4,07% na comparação entre os dois períodos, segundo o relatório sobre a pobreza na região divulgado ontem pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe).
O desempenho brasileiro é avaliado pelo coeficiente de desigualdade de renda conhecido como Gini, que varia de 0 a 1 (o mais desigual). Nesse indicador, o Brasil tem 0,613. Na avaliação anterior, ele aparecia com 0,639. Assim, o Brasil reflete uma tendência do continente. Dos 15 países que tiveram seus números atualizados, 11 diminuíram a desigualdade.
De acordo com a Cepal, a queda na diferença foi explicada tanto pela queda na participação dos 10% mais ricos como pelo aumento na participação dos 40% mais pobres.
O ranking do organismo coloca a Bolívia como a primeira colocada, com 0,614, mas os números do país andino se referem ao período 2000-2002. Honduras, com 0,587, e Colômbia, com 0,584, são os outros dois países que têm níveis de desigualdade considerados muito altos. O Uruguai é o único país latino-americano que tem baixa desigualdade: 0,451.

Pobreza extrema
Assim como no caso da desigualdade, também houve redução na pobreza extrema no Brasil. Entre 2003 e 2005, os indigentes representavam 10,6% da população. Eles eram 13,2% no período de 2000 a 2002. Também houve queda na taxa de população na pobreza, mas ela foi menos expressiva: de 37,5% para 36,3%.
Mais uma vez, o Brasil acompanha uma tendência que se registra no resto do continente. Entre os outros 16 países investigados, só Uruguai e República Dominicana tiveram aumento no número de indigentes. A redução mais expressiva aconteceu na Argentina -a população em pobreza extrema caiu de 20,9% em 2002 para 9,1% em 2005. Ainda assim, o número é pior que os 6,6% de 1999, antes da grave crise econômica.
A parcela da população da região abaixo da linha de pobreza ficou em 39,8% (209 milhões), como a Folha antecipou em sua edição de ontem.


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