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Brasil é mais injusto da AL, afirma Cepal
Desigualdade e pobreza extrema caem, mas país continua a liderar ranking de desigualdade da região
DA REDAÇÃO
A concentração de riqueza
no Brasil diminuiu em 2005 em
relação a 2001, mas o país continua sendo o mais injusto da
América Latina. A desigualdade brasileira caiu 4,07% na
comparação entre os dois períodos, segundo o relatório sobre a pobreza na região divulgado ontem pela Cepal (Comissão Econômica para a América
Latina e o Caribe).
O desempenho brasileiro é
avaliado pelo coeficiente de desigualdade de renda conhecido
como Gini, que varia de 0 a 1 (o
mais desigual). Nesse indicador, o Brasil tem 0,613. Na avaliação anterior, ele aparecia
com 0,639. Assim, o Brasil reflete uma tendência do continente. Dos 15 países que tiveram seus números atualizados,
11 diminuíram a desigualdade.
De acordo com a Cepal, a
queda na diferença foi explicada tanto pela queda na participação dos 10% mais ricos como
pelo aumento na participação
dos 40% mais pobres.
O ranking do organismo coloca a Bolívia como a primeira
colocada, com 0,614, mas os números do país andino se referem ao período 2000-2002.
Honduras, com 0,587, e Colômbia, com 0,584, são os outros
dois países que têm níveis de
desigualdade considerados
muito altos. O Uruguai é o único país latino-americano que
tem baixa desigualdade: 0,451.
Pobreza extrema
Assim como no caso da desigualdade, também houve redução na pobreza extrema no Brasil. Entre 2003 e 2005, os indigentes representavam 10,6%
da população. Eles eram 13,2%
no período de 2000 a 2002.
Também houve queda na taxa
de população na pobreza, mas
ela foi menos expressiva: de
37,5% para 36,3%.
Mais uma vez, o Brasil acompanha uma tendência que se registra no resto do continente.
Entre os outros 16 países investigados, só Uruguai e República
Dominicana tiveram aumento
no número de indigentes. A redução mais expressiva aconteceu na Argentina -a população
em pobreza extrema caiu de
20,9% em 2002 para 9,1% em
2005. Ainda assim, o número é
pior que os 6,6% de 1999, antes
da grave crise econômica.
A parcela da população da região abaixo da linha de pobreza
ficou em 39,8% (209 milhões),
como a Folha antecipou em
sua edição de ontem.
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