São Paulo, terça-feira, 05 de dezembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Biodiesel poderá levar à economia de US$ 145 mi

Ganho ocorreria com menor importação de diesel

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Diante dos investimentos em biodiesel, especialmente os feitos pela Petrobras, o Ministério de Minas e Energia estima que o combustível representará 6,9% do consumo total de diesel em 2010. Em 2030, esse percentual será de 12%.
Para tal, a Petrobras pretende, já em 2007, elaborar o diesel H-Bio em quatro de suas refinarias, com produção estimada de 256 mil m3 ao ano. Em 2007, o H-Bio permitirá redução de 15% nas importações de diesel, o que representa uma economia de divisas de US$ 145 milhões, segundo Alan Kardec Pinto, gerente da área de Abastecimento da Petrobras. Em 2008, a importação cairá 25% -ou US$ 240 milhões.
O H-Bio é um tipo de biodiesel patenteado pela Petrobras. No primeiro ano, o volume de produção de H-Bio corresponderá a apenas 0,6% do consumo nacional de diesel, mas o objetivo da Petrobras é adicionar até 5% de óleo vegetal no derivado de petróleo.
Neste mês, começa a produção em escala comercial do H-Bio na Regap (MG).
Para o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, em palestra promovida pela Câmara de Comércio Americana do Rio, a geração de energia nuclear também ganhará terreno, com a adição de 4.000 MW ao sistema. Está prevista, diz, a conclusão de Angra 3 e possivelmente de mais quatro usinas no Sudeste e no Nordeste. A decisão, porém, ainda não foi tomada, embora as usinas já constem do planejamento.
Rondeau disse ainda que a aprovação dos contratos de exploração dos campos de gás bolivianos entre a Petrobras e a estatal YPFB pelo Congresso da Bolívia abre espaço para que "eventualmente se estudem novos investimentos" brasileiros naquele país.
"É um contrato que dá para [a Petrobras] prosseguir [na Bolívia] e dá eventualmente para estudar novos investimentos, uma vez que [os contratos] estão garantidos pelo Congresso. Isso foi um avanço extremamente positivo", disse.
Aprovados pelo Congresso, os contratos foram sancionados pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, e estabelecem que 50% da receita gerada pelos campos irá para o Estado boliviano sob forma de impostos e outras contribuições.
Dos 50% restantes sairão os recursos para ressarcir os custos que a Petrobras Bolívia terá para operar as áreas de produção e pagar os investimentos já feitos pela estatal brasileira. O que sobrar será dividido entre a Petrobras e a YPFB.
Para a Petrobras, o modelo configura um contrato de compartilhamento de produção", e não de prestação de serviços.
O ministro disse também que a regra incluída na oitava rodada de licitação da Agência Nacional do Petróleo de limitar o número de vencedores em um mesmo setor de exploração pode ser revista. "Se for um entrave, terá de ser considerado."
A regra foi contestada na Justiça, que concedeu duas liminares inviabilizando o leilão ainda no seu primeiro dia. Dos 284 blocos a serem licitados, apenas 38 foram arrematados.


Texto Anterior: Vaivém das commodities
Próximo Texto: Agrofolha: Brasil volta a liderar importação de trigo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.