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Risco cai ao menor nível desde 97;
mercado já cogita nova emissão
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro iniciou a
semana em um clima de otimismo generalizado. O resultado foram os novos recordes atingidos
pela Bovespa e pelos C-Bonds,
além das quedas do risco-país e
do dólar.
Ao menos por enquanto, a Bolsa de Valores de São Paulo mostrou ainda estar com muito fôlego: somente ontem, a alta foi de
4,84%. Isso levou o Ibovespa
(principal índice da Bolsa) aos
inéditos 23.531 pontos.
Lá fora, na esteira do bom desempenho dos títulos da dívida
brasileira, o risco-país recuou para o menor nível desde outubro
de 97, chegando a alcançar os 418
pontos na mínima do dia. Às 19h,
o risco-país estava em 425 pontos,
baixa de 5,6%.
Os papéis da dívida brasileira
mais negociados no mercado, os
C-Bonds, subiram 0,5%, para US$
0,9913. No atual nível, o mercado
já especula com a possibilidade de
o governo brasileiro exercer a opção de recomprar os títulos quando alcançarem os 100% de seu valor de face.
No mercado, há a expectativa de
que o governo aproveite o bom
momento para fazer uma nova
emissão: risco-país em níveis menores se reflete em custos mais
baixos para o setor público e privado captarem no exterior.
Não foi apenas o Brasil que viveu um dia de euforia. As principais Bolsas mundiais fecharam
em alta e o risco-país de outros
emergentes também caíram. O
risco mexicano caiu 5,8%, seguido pelo venezuelano, com baixa
de 4%. O risco do Equador teve
queda de 2,5%.
Boas perspectivas
"A boa liquidez no mercado internacional deve seguir pelo menos até o fim deste primeiro trimestre e os ativos brasileiros devem continuar sendo beneficiados. Com isso, novos recordes
ainda podem ser superados em
breve", diz Clive Botelho, diretor
financeiro do banco Santos.
Apesar de o risco-país do Brasil
estar em um de seus mais baixos
níveis, ainda segue acima dos riscos mexicano, russo e turco, que
estavam, às 19h, em 178, 237 e 291
pontos, respectivamente.
Analistas explicam que as duas
últimas semanas de dezembro foram de negócios fracos. Agora, os
investidores estão realocando recursos, o quê tem beneficiado
Bolsas e títulos da dívida de países
emergentes, que, apesar de representarem maior risco, oferecem
melhores ganhos que os de países
desenvolvidos.
Na Bovespa, apenas 2 das 54
ações que compõem o Ibovespa
registraram perdas ontem: os papéis ON (com direito a voto) da
Light, com baixa de 1,6%, e da
Souza Cruz, com recuo de 1,1%.
O destaque do pregão ficou com
as ações de empresas de siderurgia e mineração. Os papéis subiram com a informação de que a
maior demanda levará a uma alta
nos preços das commodities no
mercado internacional, beneficiando essas empresas, que são
fortes exportadoras.
As ações preferencias da Acesita
subiram 13,1%, seguida por Siderúrgica Tubarão PN (10,2%) e
Usiminas PNA (9,8%).
Para Luiz Antonio Vaz das Neves, diretor da corretora Planner,
a Bolsa vai sustentar por um curto
período ainda a trajetória de alta,
mas "não dá para fugir de uma
realização de lucros em breve".
Câmbio
O dólar caiu para seu menor
preço em dois meses. A queda da
moeda norte-americana diante
do real ontem foi de 0,83%, para
os R$ 2,855. Segundo operadores
do mercado de câmbio, o Banco
do Brasil evitou que o dólar despencasse, comprando a moeda
vários vezes durante os negócios
de ontem.
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