São Paulo, terça-feira, 06 de janeiro de 2004

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VEÍCULOS

Aumento médio da GM fica em 5,3% e em 3% na Fiat; empresas culpam custos

Montadoras iniciam ano com reajuste

JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

As montadoras começam a colocar em prática aumentos de preços que haviam sido contidos em dezembro por conta de um compromisso com o governo.
Na última sexta-feira, a GM reajustou em média 5,3% os preços de seus veículos. Os automóveis da Fiat subiram em média 3% - o modelo mais vendido da marca, o Palio Fire, reajustado em 3,1%, custará, na tabela, R$ 19.060. O mesmo devem fazer Volkswagen e Ford nos próximos dias.
A GM argumenta que desde outubro as montadoras não promoviam reajustes e nesse período sofreram pressões de custos decorrentes de dissídio salarial (o aumento concedido aos trabalhadores no ABC paulista, em novembro, foi de 18,05%) e elevação nos preços de matérias-primas, principalmente o aço. Segundo a Fiat, o reajuste de 3% considera apenas o dissídio para os trabalhadores (de 17,51%), ou seja, não estaria descartado novo aumento.
Quando obtiveram do governo a prorrogação da alíquota menor do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), as empresas se comprometeram a não demitirem durante a validade do acordo (que vigora até final de fevereiro) e de não reajustarem os preços até o dia 31 do mês passado.
Na avaliação dos fabricantes de automóveis, os reajustes parcelados poderiam chegar a 10%. Um dos fatores é a disputa que as montadoras e outros setores como o de eletroeletrônicos, travam com as siderúrgicas. Essas pretendem elevar o preço do aço entre 10% e 15% em janeiro.
Representantes de setores enviaram ao governo uma proposta para que seja reduzida a tarifa de importação do aço. Seria, segundo eles, uma forma de pressionar as siderúrgicas a não promoverem reajustes ""não justificados".
O setor siderúrgico rebateu. Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, argumentou que há aumento dos custos de produção provocado pela crescente demanda de produtos siderúrgicos na China. Como detém 70% das reservas mundiais de coque (carvão usado nos fornos siderúrgicos), a China estaria criando licenças (cotas) para exportação do carvão -o que acabaria por encarecê-lo.
Hoje, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, discutirá com representantes das siderúrgicas uma eventual redução do imposto de importação.

Vendas em alta
De acordo com levantamento divulgado pela Fenabrave (distribuidores de automóveis), as vendas de automóveis e comerciais leves em dezembro aumentaram 31,1% em relação ao mês anterior. Comparado com dezembro do ano passado, o resultado foi 34,8% superior.
Pelo relatório, foram emplacados 161,7 mil automóveis e comerciais leves no mês passado, ante os 123,35 mil de novembro. No acumulado do ano, o número de veículos vendidos (somados também caminhões e ônibus) chegaria a 1,43 milhão, ante 1,446 milhão de unidades em 2002.


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