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MERCADO FINANCEIRO
Mercado de títulos do endividamento externo de emergentes teve alta de 27,6% puxado por Brasil
Dívida brasileira rendeu 69% em 2003
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado de títulos das dívidas externas de países emergentes
se valorizou 27,6% em 2003. Essa
foi a alta registrada pelo chamado
"global emerging markets index",
calculado pela Merrill Lynch, puxada principalmente pelos títulos
do Brasil que fazem parte do índice e subiram 69%.
Outro indicador do apetite de
investidores de todo o mundo por
esses países é o fluxo de recursos
para os fundos dedicados às suas
dívidas. Segundo dados da consultoria norte-americana AMG
Data, a captação líquida (entradas
menos saídas de dinheiro) dessas
aplicações somou US$ 1,185 bilhão em 2003, o equivalente a
35,3% do seu patrimônio total.
Esse fluxo superou em mais de
duas vezes os US$ 545,6 milhões
registrados em 2002. A principal
explicação para o aumento foi o
excesso de dinheiro em circulação
nos mercados financeiros em
2003. As baixas taxas de juros fizeram com que os investimentos
em países desenvolvidos perdessem atratividade.
Além disso, segundo Fábio Akira, economista do JP Morgan, investidores institucionais, como
fundos de pensão, que não aplicavam em mercados emergentes,
mudaram de estratégia em 2003,
em busca de diversificação.
Iniciado o ano, a pergunta que
está na cabeça de operadores do
mercado é qual é o fôlego que resta a esse movimento. Para Akira, é
provável que ainda haja um trimestre de ganhos razoáveis.
Daí em diante, o espaço para altos retornos vindos da dívida dos
países emergentes é, segundo ele,
consideravelmente pequeno. O
banco estima, por exemplo, que o
Embi Global -índice que acompanha o risco-país de todos os
emergentes- tenha espaço para
se valorizar apenas 1% em 2004.
"A tendência é que outros investimentos, como os fundos
"high yields" [aplicações que assumem mais riscos] e o mercado de
ações, ofereçam retornos mais altos neste ano", diz Akira.
Ainda assim, o JP Morgan continua recomendando que os investidores apliquem mais nos títulos de dívida do Brasil do que na
média dos emergentes, embora
tenha reduzido um pouco o peso
do país em sua carteira.
"Tudo indica que a liquidez
continuará alta neste primeiro trimestre, enquanto os juros nos Estados Unidos devem continuar
baixos", diz Clive Botelho, diretor
de tesouraria do Banco Santos.
(ÉRICA FRAGA)
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