São Paulo, terça-feira, 06 de janeiro de 2004

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COLHEITA

Regime de chuvas e temperatura média favorecem alta da produção

Safra de cacau sobe 45% na Bahia

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Pelo segundo ano consecutivo, a vassoura-de-bruxa (doença que provoca o apodrecimento das folhas e dos frutos dos cacauais) perdeu a "guerra" para a clonagem e para o clima registrado em 105 cidades do sul da Bahia.
Depois de uma safra temporã de 1,393 milhão de sacas de cacau, a Bahia deverá colher mais 1,050 milhão de sacas na safra principal. "Vamos aumentar a nossa produção em 45% em relação ao mesmo período do ano passado", disse o superintendente regional da Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira), Wellington Duarte da Costa, 46.
Segundo Costa, os produtores foram beneficiados pelo clima que atingiu a região durante os três meses da safra temporã (entre agosto e outubro do ano passado). "Não houve grandes precipitações pluviométricas, e a temperatura média foi muito favorável à produção." Até 2001, a colheita da safra temporã (fora de época) era cerca de 35% inferior à da principal, devido às doenças causadas pela vassoura-de-bruxa.
Com 110 mil ha de cacauais clonados (de um total de 600 mil ha), a região sul da Bahia também volta a atrair trabalhadores para as fazendas, depois de sete anos de desemprego crescente.
Desde janeiro de 2003, aproximadamente 65 mil postos de trabalho foram abertos na região.
Proprietário de três fazendas de cacau em Itabuna e Ilhéus (BA), José Clemente Feitosa, 54, disse que o preço do produto no mercado interno é um estímulo.
Na semana passada, a arroba do produto foi comercializada a R$ 60 no eixo Ilhéus/Itabuna (quase o dobro da cotação média registrada no mesmo período de 2002). "O tempo das vacas magras já faz parte do passado."
Até dezembro, a Ceplac estima clonar pelo menos mais 20 mil pés de cacau. O processo consiste na retirada de um ramo da muda clonada, resistente à doença. Em seguida, o "garfo" (uma parte do galho) é enxertado em um broto do pé atacado pela vassoura-de-bruxa. Cerca de três meses depois, o "garfo" se transforma em muda, e o pé contaminado é cortado.


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