|
Texto Anterior | Índice
COLHEITA
Regime de chuvas e temperatura média favorecem alta da produção
Safra de cacau sobe 45% na Bahia
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Pelo segundo ano consecutivo, a
vassoura-de-bruxa (doença que
provoca o apodrecimento das folhas e dos frutos dos cacauais)
perdeu a "guerra" para a clonagem e para o clima registrado em
105 cidades do sul da Bahia.
Depois de uma safra temporã de
1,393 milhão de sacas de cacau, a
Bahia deverá colher mais 1,050
milhão de sacas na safra principal.
"Vamos aumentar a nossa produção em 45% em relação ao mesmo período do ano passado", disse o superintendente regional da
Ceplac (Comissão Executiva do
Plano da Lavoura Cacaueira),
Wellington Duarte da Costa, 46.
Segundo Costa, os produtores
foram beneficiados pelo clima
que atingiu a região durante os
três meses da safra temporã (entre agosto e outubro do ano passado). "Não houve grandes precipitações pluviométricas, e a temperatura média foi muito favorável à produção." Até 2001, a colheita da safra temporã (fora de
época) era cerca de 35% inferior à
da principal, devido às doenças
causadas pela vassoura-de-bruxa.
Com 110 mil ha de cacauais clonados (de um total de 600 mil ha),
a região sul da Bahia também volta a atrair trabalhadores para as
fazendas, depois de sete anos de
desemprego crescente.
Desde janeiro de 2003, aproximadamente 65 mil postos de trabalho foram abertos na região.
Proprietário de três fazendas de
cacau em Itabuna e Ilhéus (BA),
José Clemente Feitosa, 54, disse
que o preço do produto no mercado interno é um estímulo.
Na semana passada, a arroba do
produto foi comercializada a R$
60 no eixo Ilhéus/Itabuna (quase
o dobro da cotação média registrada no mesmo período de
2002). "O tempo das vacas magras já faz parte do passado."
Até dezembro, a Ceplac estima
clonar pelo menos mais 20 mil pés
de cacau. O processo consiste na
retirada de um ramo da muda
clonada, resistente à doença. Em
seguida, o "garfo" (uma parte do
galho) é enxertado em um broto
do pé atacado pela vassoura-de-bruxa. Cerca de três meses depois,
o "garfo" se transforma em muda,
e o pé contaminado é cortado.
Texto Anterior: Alimentos: Difícil consumo leva pesquisador a produzir novo design para rapadura Índice
|