São Paulo, sábado, 06 de janeiro de 2007

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Commodities caem até 11% na semana, mas estoques baixos devem segurar preço

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira semana de 2007 foi uma das piores em muitos meses para as commodities, com quedas de 11% no preço do cobre, 9,8% no de petróleo e tropeços nas cotações de outros produtos, como estanho, chumbo, alumínio e zinco.
Apesar das baixas, analistas acreditam que o preço da maioria das commodities continuará alto em 2007, em razão do baixo nível de estoques e da forte demanda chinesa e indiana. A grande exceção é o cobre, que deve ter um ano de oferta folgada, com estoques em alta.
No caso do petróleo, o comportamento futuro dos preços depende em grande parte dos integrantes da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que podem decidir reduzir a produção para forçar uma alta nas cotações.
Pedro Galdi, analista da ABN Amro Real Corretora, vê a queda desta semana como um movimento de correção natural, depois da forte valorização das commodities no ano passado.
"O cenário não mudou. Os estoques estão baixos para todas as commodities, com exceção do cobre. Mesmo com as quedas, os preços vão continuar muito acima de sua média histórica", afirmou Galdi.
Bruno Rocha, da Tendências, também vê a queda da semana como um movimento episódico, que não afetará a cotação média dos metais durante o ano. A exceção, mais uma vez, é o cobre. "Os metais são muito utilizados em ligas de ferro e aço, produtos fundamentais para a indústria e a construção", observa Rocha.

Urbanização
Com milhões de pessoas migrando do campo para as cidades e alto ritmo de crescimento de suas economias, China e Índia continuarão a ser fatores cruciais na manutenção dos preços das commodities.
No caso do petróleo, Galdi também vê uma correção de preços depois de um período de forte alta, quando o barril chegou a ser cotado acima de US$ 70. O que desencadeou a queda foi a informação de que o inverno norte-americano deste ano será menos rigoroso, o que reduzirá a demanda de gás e óleo para aquecimento.
Outro fator que influenciou o comportamento da cotação do petróleo foi a divulgação do nível de estoques de combustíveis nos Estados Unidos, que subiu acima do esperado. Em compensação, os estoques de petróleo cru diminuíram.
O barril de petróleo registrou fortes baixas a partir de quarta e chegou a ser cotado a US$ 54,90 ontem em Nova York -o menor valor desde junho de 2005. Mas a cotação se recuperou no fim do dia, e o barril acabou em alta, a US$ 56,31. O mesmo cenário se repetiu em Londres, e o produto encerrou a semana em US$ 55,64.


Com agências internacionais

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