São Paulo, sábado, 06 de janeiro de 2007

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Emprego tem expansão nos EUA

167 mil novos postos de trabalho são criados em dezembro, o maior crescimento do ano passado

Renda também cresce e reforça a visão do Fed de que a maior economia do mundo caminha para um "pouso suave"


DA REDAÇÃO

Contrariando os cálculos de analistas, a criação de novos postos de trabalho nos EUA cresceu no último mês de 2006.
Foram criadas 167 mil vagas em dezembro, o maior aumento de 2006 e bem acima da previsão de 115 mil postos. Ao longo do último ano foram abertas 1,8 milhão de novas vagas. Já a taxa de desemprego permaneceu em 4,5% em dezembro.
A maior parte do ganho ficou concentrada no setor de serviços, que foi responsável por 178 mil novas vagas em dezembro. Já a indústria (especialmente a automobilística) e a construção tiveram as maiores perdas.
Os resultados de novembro e outubro também foram melhores do que o esperado. Após revisão do Departamento de Comércio dos EUA, 154 mil novas vagas foram criadas em novembro e 86 mil, em outubro. A estimativa inicial apontava surgimento de 132 mil e 79 mil postos, respectivamente.

Sinais positivos para Fed
O anúncio do resultado, que afetou os resultados das Bolsas em todo o mundo, é considerado favorável à política do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA). Um aumento expressivo nos novos postos de trabalho reforça a visão do órgão de que a economia americana caminha para um "pouso suave" -uma desaceleração sem grandes traumas para o país.
Outro sinal positivo para a política do Fed foi o aumento nos salários, que cresceram 0,5% em dezembro -no ano, a expansão no rendimento dos trabalhadores foi de 4,2%.
O aumento nos salários e na criação de vagas são evidências de que a economia dos EUA, a maior do mundo, está suportando bem a queda do setor imobiliário residencial e da produção industrial.
A capacidade do mercado de trabalho de resistir aos fatores de desaquecimento sugere que a renda do trabalhador crescerá o suficiente para manter os consumidores gastando e a economia em expansão.
"A economia está em muito boa forma", disse o economista David Resler. "Não há a possibilidade de mudança na política monetária no curto prazo."
Mas os sinais de uma economia americana mais forte do que o esperado e de emprego e renda em alta podem elevar a inflação no país e levar o Fed a aumentar a taxa básica de juros -hoje em 5,25% anuais.
Quando os juros dos EUA sobem, os investimentos em dólar tornam-se mais atraentes. Assim, os investidores tendem a tirar dinheiro de emergentes, como o Brasil, onde o risco é maior, e investi-lo nos EUA.


Com agências internacionais

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