DA REPORTAGEM LOCAL

O temor de que alguma prova concreta contra o Iraque fosse apresentada pelo secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, ao Conselho de Segurança da ONU fez a cotação do dólar terminar a manhã de ontem em alta de mais de 1,15%. Após o discurso, a tendência se inverteu e a moeda norte-americana fechou em baixa de 0,28%, cotada a R$ 3,56.
Alguns investidores diziam anteontem que Powell poderia surpreender a ONU com suas revelações, o que fez a moeda norte-americana subir 1,56% na terça-feira. Mas, como as provas apresentadas foram consideradas pouco contundentes, o mercado passou a operar positivamente. Além disso, a continuidade da entrada externa de recursos ajudou a manter o mercado de câmbio relativamente otimista.
Ontem foi a vez de o BankBoston concluir uma captação de recursos fora do Brasil. Segundo Ciro Mello, diretor de mercados internacionais da instituição, a oferta inicial era de US$ 50 milhões. Mas, como a demanda foi grande, o montante da operação foi de US$ 75 milhões.
Mello disse que, se houver receptividade no mercado, o banco analisará a hipótese de fazer novas operações.

Estrangeiros na Bovespa
O preço das ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo sofreu ontem fortes oscilações. O índice chegou a cair 0,77%, depois subiu mais de 1,73% e terminou o dia praticamente estável, com alta de 0,13%.
As maiores altas do dia foram Siderúrgica Nacional ON (5,7%) e VCP PN (3,9%). As maiores baixas foram Tele Leste Celular PN (4,7%), Tele Nordeste Celular PN (4,5%) e Light ON (4,4%).
O saldo de investimentos estrangeiros na Bovespa em janeiro foi positivo em cerca de R$ 239,5 milhões. Em dezembro, esse valor foi de R$ 465,7 milhões.
Entretanto, após a forte saída de recursos da Bolsa em 2002, quando a Bovespa chegou a apresentar saldo negativo de mais de R$ 1 bilhão, em junho, a notícia foi muito bem recebida pelos operadores. Segundo um analista, mesmo que o resultado não tenha influenciado o pregão de ontem, ajuda a afastar o medo de alguns de que, com a iminência da guerra, os investidores internacionais passem a retirar novamente recursos do mercado de capitais brasileiro. (GEORGIA CARAPETKOV)


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