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ANÁLISE
Central marca oposição a Lula
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão de liderar uma
campanha salarial de
emergência e buscar aumento para os trabalhadores com data-base no segundo semestre, com a
ameaça de greve a partir de março, é o primeiro sinal claro de como a Força Sindical pretende
marcar posição no governo Lula.
A Força, que informa representar cerca de 18 milhões de trabalhadores e apoiou o governo tucano durante várias negociações,
como a do acordo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), passa, no governo petista, a
desempenhar o papel de oposição. Até então, à CUT (Central
Única dos Trabalhadores) cabia
esse papel. Hoje, a central é apontada como "aliada ao governo",
apesar das promessas de manter
sua independência e autonomia.
Mais espaço
Mas, por trás da pressão aos empresários, com a campanha pelo
reajuste antecipado, e das críticas
à atual política econômica dos petistas, antes mesmo de o novo governo completar 40 dias, o que está em jogo para a Força Sindical é
a busca por mais espaço.
A central busca, ao definir sua
posição, recuperar o prestígio da
derrota política que suas lideranças amargaram nas urnas. Paulo
Pereira da Silva (PTB), presidente
da central, foi candidato a vice na
chapa de Ciro Gomes (PPS) na
eleição de outubro. E a central
também não elegeu, como previa,
a parcela de sindicalistas que pretendia para os cargos de deputados estaduais.
Em outubro passado, antes
mesmo de Luiz Inácio Lula da Silva sentar na cadeira de presidente, a central já deixava claro que o
governo pode enfrentar uma onda de protestos se não colocar em
prática o que defende há anos: aumento do emprego, do salário mínimo, reajuste das aposentadorias e redução da jornada de trabalho.
(CR)
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