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São Paulo, quinta-feira, 06 de fevereiro de 2003

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ANÁLISE

Central marca oposição a Lula

DA REPORTAGEM LOCAL

A decisão de liderar uma campanha salarial de emergência e buscar aumento para os trabalhadores com data-base no segundo semestre, com a ameaça de greve a partir de março, é o primeiro sinal claro de como a Força Sindical pretende marcar posição no governo Lula.
A Força, que informa representar cerca de 18 milhões de trabalhadores e apoiou o governo tucano durante várias negociações, como a do acordo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), passa, no governo petista, a desempenhar o papel de oposição. Até então, à CUT (Central Única dos Trabalhadores) cabia esse papel. Hoje, a central é apontada como "aliada ao governo", apesar das promessas de manter sua independência e autonomia.

Mais espaço
Mas, por trás da pressão aos empresários, com a campanha pelo reajuste antecipado, e das críticas à atual política econômica dos petistas, antes mesmo de o novo governo completar 40 dias, o que está em jogo para a Força Sindical é a busca por mais espaço.
A central busca, ao definir sua posição, recuperar o prestígio da derrota política que suas lideranças amargaram nas urnas. Paulo Pereira da Silva (PTB), presidente da central, foi candidato a vice na chapa de Ciro Gomes (PPS) na eleição de outubro. E a central também não elegeu, como previa, a parcela de sindicalistas que pretendia para os cargos de deputados estaduais.
Em outubro passado, antes mesmo de Luiz Inácio Lula da Silva sentar na cadeira de presidente, a central já deixava claro que o governo pode enfrentar uma onda de protestos se não colocar em prática o que defende há anos: aumento do emprego, do salário mínimo, reajuste das aposentadorias e redução da jornada de trabalho. (CR)


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