São Paulo, segunda-feira, 06 de fevereiro de 2006

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MERCADO ABERTO

Salário na indústria sobe 8% em 2005

Em 2005, o emprego na indústria brasileira cresceu 4,18%, contra uma expansão de 3,49% em 2004. Já a massa salarial real cresceu no ano passado 8,10%, enquanto, em 2004, a expansão havia sido de 9,02%.
Os números consolidados de 2005 serão anunciados hoje pela CNI, com os indicadores industriais do mês de dezembro. A pesquisa é realizada mensalmente com cerca de 3.000 empresas.
Para o economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida, do Iedi, os dados são bastante positivos para a indústria. O grande problema, diz, é que os outros setores da economia não tiveram o mesmo desempenho em 2005.
O que mais chama a atenção é o aumento da massa salarial de 8,10%, após já ter crescido 9,02% em 2004. "Se isso fosse verdade para todos os setores, o mercado interno teria tido um aumento expressivo e até daria razão ao Banco Central por ter mantido os juros tão altos no ano passado", diz Gomes de Almeida.
O fato, segundo ele, é que, em outros setores, como o de serviços, que são até mais empregadores do que a indústria, não houve um crescimento tão significativo da massa salarial.
Uma outra observação interessante é o fato de o emprego ter crescido em 2005 a um ritmo maior do que o da massa salarial. Os técnicos da CNI explicam essa divergência pelo fenômeno da interiorização da indústria. Os salários desse setor nos grandes centros são superiores aos pagos no interior, e isso explica a massa salarial ter crescido num ritmo inferior ao do emprego.
A pesquisa da CNI vai mostrar ainda que a massa salarial manteve trajetória ascendente em dezembro. Seu crescimento foi de 0,59% em comparação a novembro. Já em relação a janeiro do ano passado, o crescimento da massa salarial foi de 5,54%.

Rede de luxo investe no país

Na esteira da retomada no setor no ano passado, a América do Sul entra no foco de outro gigante hoteleiro em 2006. A rede Sofitel, marca de luxo do grupo francês Accor, ampliará de cinco para sete o número de hotéis no Brasil, com a abertura no segundo semestre de uma unidade em Florianópolis (investimento de R$ 40 milhões) e outra no Guarujá (R$ 150 milhões).
O hotel no litoral paulista, em parceria com o grupo Sisan (de Silvio Santos), será o primeiro resort spa da rede na América do Sul, modelo que deve ser adotado com maior freqüencia nos novos empreendimentos na região, diz o canadense Nagi Naoufal, diretor de operações do Sofitel para o continente. Ele diz que cidades grandes com potencial para turismo ou negócios -cita Natal, Brasília e Belo Horizonte- podem ser os próximos alvos da rede.
Segundo ele, os investimentos passam ainda pela reforma de hotéis já existentes. A unidade do Rio de Janeiro será reformada em projeto de R$ 32 milhões, que irá renovar 50% das acomodações ainda neste ano. Em Cartagena e Bogotá (Colômbia) também haverá reformulações.
Naoufal diz que, "depois de anos", a rede registrou aumento na ocupação média na América do Sul em 2005. O índice dos 12 hotéis da rede na região ficou em 67%, ante taxa próxima a 61% em 2004.

HOMENS DEMAIS
Ao aprofundar seus estudos sobre a indústria naval, um dos consórcios participantes da licitação da Transpetro para a construção de 26 navios-petroleiros se deparou com um índice alarmante. Há uma unidade internacional de medida, denominada CGT, que mede a produtividade no setor, baseada no custo homem/hora. No Japão, que tem a segunda maior produção naval do mundo, um CGT equivale a 14 homens/hora. No Brasil, um CGT vale 65 homens/hora.

MAIS AGÊNCIAS
A Caixa Econômica Federal deve abrir 99 novas agências em 2006. Com as unidades, o banco passará a ter mais de 2.000 agências. No total, a Caixa tem 450 postos de atendimento, 9.000 lotéricas, 3.554 correspondentes bancários e 1.070 pontos de atendimento eletrônico no país.

ALTA EXPORTADORA
As exportações de artigos e equipamentos médicos, odontológicos, hospitalares e de laboratórios subiram 25% em 2005, em um total de US$ 398,5 milhões, segundo a Abimo (associação das indústrias do setor). Os equipamentos de laboratórios tiveram a maior alta (64%), embora, em volume, o item que mais contribuiu para as vendas tenha sido o de materiais de consumo, com US$ 208,2 milhões (alta de 27%). Para 2006, a expectativa é ampliar em 16% as exportações.

COMPRA NA REDE
A Brasif Duty Free, que opera "free shops" em aeroportos, registrou em 2005 uma alta de 300% no serviço de reservas de produtos pela internet. Atenta ao potencial do serviço, a rede criou um guia de compras virtual, para pesquisas e reservas, exclusivo para quem viaja ao exterior.

RENOVAÇÃO
Guido Mantega (BNDES) considera injustificável o temor de Newton de Mello, presidente da Abimaq, de que a linha a ser criada pelo banco para financiar a importação de máquinas prejudique a indústria brasileira de bens de capital. Mantega diz que irá se encontrar com Mello nesta semana para mostrar que o banco só irá financiar a aquisição de máquinas que não tenham similar nacional. Segundo ele, há uma demanda muito forte de empresas brasileiras que necessitam desse apoio para aumentar a competitividade.

NOVA GERAÇÃO
A chegada ao mercado de consumo de uma geração que cresceu na era da internet começa a ser percebida pelo mundo corporativo no Brasil. A avaliação é da presidente da Addcomm, agência de planejamento de marketing on-line, Risoletta Miranda, para quem esse mercado vive o melhor momento desde o estouro da "bolha" inflada pela expansão da internet, em 2001. A agência, resultado da fusão de duas empresas do Rio e de uma de SP, no ano passado, tem desenvolvido projetos para companhias como Petrobras, Schering- Plough e Camargo Corrêa e prevê um crescimento no faturamento de quase 40% neste ano. "Não adianta desenvolver um site legal se você, como empresa, não tiver uma estratégia para conversar com o consumidor. E o fato é que as gerações mais novas têm criado uma linguagem própria, da internet."


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