São Paulo, Sábado, 06 de Fevereiro de 1999
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MERCADO TENSO
Taxas futuras para março fecham em 56, 07% ao ano contra 52,62% da véspera; dólar sobe para R$ 1,84
Expectativa inflacionária pressiona juros

VANESSA ADACHI
da Reportagem Local

O mercado já está embutindo a expectativa de inflação elevada nas projeções de juros para os próximos meses, fazendo com que as taxas subam.
Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), onde são projetadas as cotações futuras, o juro para março fechou ontem a 56,07%, com alta em relação aos 52,62% da véspera.
A taxa chegou a ultrapassar 60% na semana anterior, nos dias de maior tensão no câmbio. A taxa recuou para a casa dos 40% na segunda-feira por conta da indicação de Armínio Fraga para a presidência do BC.
No dia seguinte, entretanto, a taxa começou a escalada novamente, na medida em que foi ficando clara a idéia de que o governo deverá manter a política de juros altos.
Diante da perspectiva de volta da inflação, o governo só conta com a política monetária -leia-se juros- para conter a pressão de aumento de preços.
A entrevista conjunta dada na quinta-feira pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, e pelo diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Stanley Fischer, confirmou a percepção de que o controle à inflação será prioritário, mesmo às custas de juros elevados, segundo especialistas.
O dólar fechou a semana de forma mais tranquila em comparação com a semana anterior, mas manteve uma alta constante. Ontem a moeda fechou a R$ 1,84, com valorização de 1,66% sobre a véspera.
Pela média do BC, o dólar ficou em R$ 1,83, com valorização de 1,1% sobre a média anterior.
Segundo operadores, embora o volume negociado esteja pequeno no mercado de câmbio, a pressão de saída para pagamento de dívidas no exterior continua, já que fevereiro concentra vencimentos.
O fechamento de câmbio de exportações tem reagido, o que impede uma alta maior do dólar.


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