São Paulo, sábado, 06 de março de 2004

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Valor, que cresceu 8,6%, equivale a quatro vezes o PIB do Brasil

Consumidor americano deve US$ 2 tri

DA REDAÇÃO

Os consumidores norte-americanos devem mais de US$ 2 trilhões, segundo números divulgados ontem. O volume equivale a aproximadamente quatro vezes o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. O endividamento cresceu 8,6% em janeiro na comparação com o mês anterior, o avanço mais acelerado em oito meses.
Incluindo-se o financiamento imobiliário, o endividamento das famílias americanas cresce ainda mais e passa dos e US$ 9 trilhões.
Depois de um acentuado crescimento em 2003, o débito das famílias não parece dar sinais de arrefecimento. O consumo segue em alta mesmo com o cenário de mercado de trabalho desaquecido, o que deverá manter o endividamento elevado.
Ontem o Departamento de Trabalho dos EUA divulgou números piores que o esperado sobre o desemprego. O número de pessoas sem trabalho segue alto, e os americanos enfrentam problemas para pagar suas contas.
Segundo pesquisa divulgada ontem, os americanos estão tendo dificuldades para saldar as faturas de seus cartões de crédito. Por outro lado, não pensam em cortar gastos e conter o consumo.
De um total de mil pessoas entrevistadas pelo instituto de pesquisas Cambridge Consumer Credit, 39% afirmaram que pagam, mensalmente, o valor total da fatura do cartão de crédito. Há um ano, a mesma pesquisa havia indicado que o percentual de pessoas com as contas do cartão em dia era superior (43%).
De acordo com dados do Federal Reserve (banco central dos EUA), no ano passado o endividamento das famílias cresceu 10,4%, o maior ritmo em 16 anos. Já a dívida do governo federal registrou um aumento de 10,9%, taxa mais elevada desde 92, puxada pelos custos da guerra.
O setor cuja dívida cresceu menos foi o de empresas, que ainda amarga o excesso de investimento da década passada. O débito subiu 3,9% no ano passado.
De uma maneira geral, o endividamento norte-americano, excluindo o setor financeiro, cresceu para US$ 22,4 trilhões ao final do ano passado, um avanço de 8,1%. O aumento no volume do endividamento do país é o mais acentuado desde 1988.


Com agências internacionais


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